Na Bahia, o número de microempreendedores individuais (MEIs) cresceu 11,1% entre 2021 e 2022, um aumento significativo que reflete a mudança de muitos trabalhadores de empregos formais para o empreendedorismo individual. Esse dado foi revelado em um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2022, o estado da Bahia registrava 774.505 MEIs, um acréscimo de 77.402 empreendedores em comparação com o ano anterior. A Bahia manteve a sexta posição no ranking nacional de MEIs, representando 5,3% do total nacional, que soma 14,6 milhões de microempreendedores.
Mariana Viveiros, coordenadora de disseminação de informações do IBGE, destacou a relevância desses números: “A Bahia tem o sexto maior número de MEIs do país. A grande maioria desses trabalhadores é composta por autônomos que formalizaram suas atividades como empresas, o que é extremamente positivo. No entanto, apesar do crescimento numérico, houve uma redução na participação dos MEIs no total de trabalhadores formais do estado.”
Entre 2021 e 2022, a participação dos MEIs no total de pessoas empregadas formalmente na Bahia caiu de 22,7% para 18,0%, o que fez com que o estado passasse da terceira para a décima terceira posição nesse indicador. Apesar dessa redução, a taxa de sobrevivência dos MEIs na Bahia é relativamente alta. Cerca de 81,5% dos microempreendedores ainda estavam ativos após três anos, o que coloca a Bahia como o nono estado com a maior taxa de sobrevivência no país.
Os setores mais representativos entre os MEIs baianos incluem cabeleireiros e serviços de beleza (8,0%), comércio de roupas (7,5%) e restaurantes e serviços de alimentação (5,8%). Em termos de inclusão social, 41,3% dos MEIs na Bahia estavam inscritos no Cadastro Único (CADÚnico), a maior proporção entre os estados brasileiros. Dentre esses, 57,4% eram beneficiários do Bolsa Família, indicando uma dependência significativa de programas sociais para uma parte substancial desses empreendedores.
O crescimento no número de MEIs, embora tenha sido alto, também trouxe desafios, como evidenciado pela diminuição da participação proporcional dos MEIs no total de trabalhadores formais. O perfil dos empreendedores que tende a ter mais sucesso inclui trabalhadores da construção e aqueles com idade entre 40 e 49 anos, que apresentam uma taxa de sobrevivência superior à média.
Nacionalmente, a taxa de entrada de novos MEIs entre 2021 e 2022 foi de 18,3%, e a de saída foi de 8,1%. O perfil dos MEIs na Bahia manteve-se relativamente estável, com a maioria sendo homens (54,5%), pardos (68,9%), com idade média de 41 anos, e com ensino médio completo ou superior incompleto (69,7%). A grande maioria (99,8%) eram brasileiros natos, com uma pequena presença de estrangeiros, predominando argentinos, colombianos e italianos.
Em termos de taxa de sobrevivência, os MEIs homens tinham uma taxa ligeiramente superior à das mulheres (81,9% contra 81,0%). A sobrevivência também aumentava com a idade, sendo maior entre os MEIs de 40 a 49 anos (85,7%) e de 50 anos ou mais (83,5%). Os MEIs atuantes na construção civil apresentavam a maior taxa de sobrevivência (85,0%), seguidos pelos da indústria (83,0%), comércio (81,7%) e serviços (80,7%). Aqueles envolvidos na agricultura e pecuária tinham a menor taxa de sobrevivência (70,6%).
No Brasil, a participação dos microempreendedores individuais (MEIs) no total de trabalhadores em empresas formais recuou ligeiramente, passando de 19,1% em 2021 para 18,8% em 2022. Esse leve declínio reflete uma tendência de estabilização ou possível redução na proporção de trabalhadores formais que se formalizam como MEIs.
Entre os estados brasileiros, as maiores participações de MEIs no total de trabalhadores formais em 2022 foram: Rio de Janeiro: 23,9%, Espírito Santo: 23,4% e Minas Gerais: 20,3%.