Após uma disputa acirrada, Luiz Caetano (PT) foi eleito ontem prefeito de Camaçari no primeiro segundo turno da história da cidade. Com 99,81% das urnas apuradas até o fechamento desta edição, o petista tinha 50,89% dos votos, contra 49,08% do candidato da situação, Flávio Matos (União). A eleição marca o retorno de Caetano ao Executivo municipal.
O petista entrou na campanha defendendo o seu legado como o ex-prefeito de Camaçari e sem se apegar aos escândalos judiciais nos quais foi submetido no passado. Ele também se concentrou em fazer ataques contra a gestão do prefeito Elinaldo (União).
Grande articulador político, característica que lhe rendeu o posto de comando da Secretaria de Relações Institucionais antes de entrar na campanha, Caetano conseguiu arregimentar forças em torno da sua campanha. Ele também contou com o apoio de todo o PT nacional. Em vídeo exclusivo, o presidente Lula (PT) destacou a experiência do candidato e a boa administração que ele fez em Camaçari quando foi prefeito.
“Você já conhece a experiência do PT administrando Camaçari. Por isso, eu quero pedir para vocês, que já têm um presidente da República comprometido com o povo de Camaçari, um governador do Estado, agora vamos ter um prefeito comprometido com o povo para melhorar a qualidade de vida do povo de Camaçari”, dizia a mensagem do presidente.
Caetano promete a construção de três UPAs na Cidade e mais uma em Monte Gordo, outra em Abrantes e mais uma em PHOCs. Também está nas prioridades construir 16 unidades da saúde da família. “Nós vamos virar a chave que a nossa cidade quer e precisa e mudar a saúde em Camaçari. Vamos botar o posto de saúde para funcionar e com o apoio do presidente Lula, vou trazer um Hospital para Camaçari”, diz Caetano.
Já o Flávio Matos (União Brasil) contou com o legado e a influência do prefeito Elinaldo Araújo (União) para se projetar. Na convenção em que foi confirmado como candidato, recebeu elogios de ACM Neto. "Flávio mostrou a sua competência política na câmara municipal, jovem, com vontade. A gente conhece um candidato, se está preparado ou não, quando a gente olha para ele enxerga o seu olhar, o seu sorriso, a gente sabe que ele está transpirando vontade", declarou.
Durante o pleito, contudo, Matos enfrentou dificuldades. O vereador não conseguiu acessar algumas comunidades dominadas por facções criminosas, o que rendeu uma reação de toda a base aliada. Tanto que seis deputados federais assinaram um requerimento para pedir a presença da Força Nacional em Camaçari para garantir a continuidade da campanha eleitoral.
No requerimento, os parlamentares destacaram o domínio territorial do Comando Vermelho (CV), impedindo a realização de qualquer atividade eleitoral por parte da campanha majoritária de Flávio Matos (UB), bem como de candidatos ao cargo de vereador.
"A proibição imposta pela facção criminosa à entrada do candidato Flávio Matos em localidades do município de Camaçari, conforme relatado pelos meios de comunicação, é parte de um esquema de coação e violência que ameaça não só a liberdade de campanha, mas também o próprio direito dos eleitores de exercerem sua escolha de forma livre e desimpedida", relatou o documento.