O comandante-geral da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), coronel Paulo Coutinho, criticou, ontem (28) a politização da Segurança Pública, especialmente, segundo ele, por parte da oposição. Ele ainda comentou sobre o “SUS da Segurança”, uma proposta do governo federal, e apontou a politização como um dos principais obstáculos para a implementação do projeto.
“Toda vez que a Segurança Pública é partidarizada, ela perde. A Segurança Pública, como o próprio nome diz, pertence a todos. E todos temos que estar imbuídos por uma melhora constante. A polícia lida com as consequências. O nosso governador [Jerônimo Rodrigues] tem uma fala que ele diz que nós temos que ver família, escola, oportunidade e só depois polícia. E é isso que a gente acredita, que com uma grande cruzada com a sociedade a gente pode reverter esse quadro”, afirmou o comandante-geral, ressaltando, como exemplo, a redução de 73% no índice de assaltos a coletivos no mês de janeiro.
“Agora, a gente entende que nós lidamos com consequências. Então, quando não dá certo nada, desemboca no crime e a violência tem que ser contida pela força policial, senão chega no cidadão”, completou, em entrevista à rádio Metrópole.
Proposta:
Na sequência, Coutinho se manifestou sobre a proposta do governo Lula de criar o "SUS da Segurança", que visa ampliar a atuação do Executivo nas ações do setor em todo o país. Para ele, a “proposição é muito boa”, mas tem encontrado barreiras devido à politização do tema.
“A gente volta naquilo da questão da politização. Existiram partidos, e geralmente são os oposicionistas, que disseram que não iriam aderir em determinadas situações. Então, é uma questão muito complexa. Mas o que a gente tem que entender? O que há de bom disso? Existe hoje uma intenção a nível do governo federal de investimentos na Segurança Pública dos estados e isso vai nos ajudar demais", contou.
"Eu não tenho dúvida que conseguiremos com isso recursos na Segurança Pública, logística, equipamentos, materiais e viaturas. O que precisa efetivamente é existir uma integração forte entre os estados e o governo federal, uma ação de inteligência positiva”, analisou.
Na ocasião, ele também afirmou que um dos maiores desafios enfrentados pela corporação é a cooptação de jovens pelo crime organizado. Ele mencionou o alto número de adolescentes envolvidos em homicídios no estado.