“Aqui em casa e na casa de pai chega balançou as paredes, negócio feio da pipoca”. Relatos de moradores através de áudios em conversa de WhatsApp demostram o temor e a preocupação de moradores com os abalos que chegaram a sacudir literalmente várias casas na região mais próxima do epicentro, que abrange as comunidades de Jaboticaba e Itapicuru, na zona rural de Jacobina Em um outro áudio uma moradora diz: “foi geral, o povo está assustado. Vamos ver o que vão dizer na segunda-feira, qual a explicação vai nos dar”.
O tremor foi confirmado pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis – UFRN), segundo o órgão, a atividade ocorreu pouco depois das 21 horas deste sábado (2) e teve magnitude calculada em 2.5 na Escala Richter (mR).
Os tremores de terra têm ocorrido com frequência em Jacobina, principalmente na área em torno de uma mineração de ouro, o que levou o LabSis a implantar alguns sismógrafos, instrumento que detecta, registra e mede os tremores, na região.
Moradores do entorno onde acontecem as ocorrências sísmicas vivem assustados, principalmente pelo fato de existirem duas barragens de rejeitos nas proximidades, sendo uma desativada. Muitos temem acontecer um desastre como aconteceu em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.
No dia 5 de novembro de 2015, na região do município de Mariana (MG), duas barragens da mineradora Samarco romperam. Antes do incidente foram registrados cerca de 10 tremores de magnitude entre 2,01 e 2,55. O acidente levou uma enxurrada de lama a dois distritos, deixando mortos, desaparecidos e várias casas destruídas. Não houveram informações que comprovassem a ligação entre os abalos e as causas do rompimento das barragens. Veja reportagem da época aqui:
Procurada pelo NOTÍCIA LIMPA, em nota, a Jacobina Mineração (Pan American) reconhece que o tema é de grande relevância para a segurança e tranquilidade da comunidade e que realiza o monitoramento constante das condições geotécnicas de suas instalações, incluindo a barragem de rejeitos, mas que, embora as análises realizadas até o momento não indiquem qualquer comprometimento estrutural ou risco, continua investindo em sistemas de monitoramento e mantém diálogo ativo com especialistas e autoridades.
VEJA A NOTA DA JMC:
Sobre abalos sísmicos:
A JMC entende que esse é um tema de grande relevância para a segurança e tranquilidade da comunidade, e reforça o compromisso da empresa com a transparência e com a adoção de medidas de segurança. A mineradora realiza o monitoramento constante das condições geotécnicas de suas instalações, incluindo a barragem de rejeitos, que é projetada, operada e mantida de acordo com rigorosos padrões nacionais e internacionais de segurança.
Adicionalmente, a Jacobina Mineração monitora os abalos sísmicos naturais na região através de parceria com especialistas e instituições renomadas, sempre analisando cuidadosamente os dados obtidos. Além disso, a JMC tem sismógrafos instalados nas comunidades adjacentes, operando 24 horas por dia. Até o momento, todos os registros de vibrações, sejam elas provenientes de detonações ou fenômenos naturais, encontram-se dentro dos limites estabelecidos por normas técnicas, sem risco à segurança das estruturas, obras civis ou da população.
Sobre os tremores relatados pelo Laboratório de Sismologia da Universidade Federal, a JMC informa que está ciente das análises e mantém um diálogo ativo com especialistas, autoridades e órgãos reguladores para aprimorar o entendimento sobre a origem desses fenômenos e adotar medidas preventivas sempre que necessário.
Embora as análises realizadas até o momento não indiquem qualquer comprometimento estrutural ou risco, a JMC continua investindo em sistemas de monitoramento e mantém diálogo ativo com especialistas e autoridades, reforçando seu compromisso com a segurança de suas estruturas e da comunidade.