Foi enterrado na tarde desta sexta-feira, 11, o corpo da cantora baiana Gal Costa. O sepultamento, que ocorreu no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo, na Consolação, região central de São Paulo, reuniu diversos famosos, entre eles, os compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, ambos de 80 anos.
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O sepultamento, restrito para amigos íntimos e familiares, foi marcado por sofrimento e emoção. Gil e Caetano optaram por não participar do velório aberto ao público e realizado mais cedo na sede da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), das 9h às 15h.
A amizade dentro e fora dos palcos de Gal, Gil e Caetano é uma das mais conhecidas da cultura brasileira. Principalmente em 1971, durante o movimento da Tropicália, quando o clima hostil de Ditadura Militar pairava sobre o Brasil. No período, Caetano e Gil foram exilados e tiveram que sair do Brasil, mas Gal ficou.
Além dos baianos, também estavam presentes Bela Gil, filha de Gilberto Gil, Janja, a esposa do presidente eleito, Lula, e a atriz Sophie Charlotte, que interpretou a cantora no filme “Meu nome é Gal”, que vai ao ar em 2023, além de Wilma Petrillo, viúva de Gal e seu único filho de 17 anos, Gabriel Costa. Emocionada, Wilma se debruçou sobre o caixão para dar um beijo na testa da artista e um último adeus a cantora.
Carreira
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em Salvador, e adotou o nome “Gal” somente em 1960, quando lançou seu primeiro álbum, ao lado de Caetano.
Com João Gilberto como um dos seus principais mentores, Gal revelou em entrevista ao programa “Conversa com Bial” que o primeiro encontro com o pai de Bebel Gilberto foi no Rio de Janeiro. Na ocasião, ele pediu para que ela cantasse “Mangueira”, da Estação Primeira de Mangueira, e confessou ter ficado muito emocionado com a voz potente da artista.
Transitando entre diversos estilos, Gal começou na Bossa Nova, cantando de maneira mais suave, mas aos poucos foi remodelando o canto e a indumentária nos álbuns. Depois, retomou novamente a calmaria, relançando músicas já gravadas, como “O Amor” no álbum “I love MPB”. Mais recentemente, lançou o álbum “A pele do futuro”, com a presença de artistas jovens, como Rubel, com quem regravou “Baby”, e Marília Mendonça, que faleceu em 2021.