A ex-primeira-dama Aline Peixoto, mulher do ministro Rui Costa (PT), foi sabatinada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). A enfermeira pleiteia uma vaga de conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA). Na ocasião, ela chorou e reagiu contra as críticas que vem recebendo.
"Já faz algumas semanas que, quando o meu nome foi colocado para apreciação da Assembleia Legislativa como postulante ao cargo de conselheira do Tribunal de Contas, passei a ser alvo sistemático de uma série de ataques. Críticas são normais na democracia e eu as aceito naturalmente, ainda que discorde delas", declarou, evocando a causa da mulher para rebater as críticas.
"O problema maior é que muitas dessas críticas foram de cunho pessoal, verdadeiras agressões a uma mulher, tentando me desqualificar apenas por eu ser casada com o ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa", respondeu, em lágrimas.
Ainda segundo Aline, o currículo dela lhe deixa apta para ocupar o cargo na Corte: "Toda a minha trajetória de vida, toda a minha experiência como gestora pública, todo o trabalho social que desenvolvo há décadas foi desconstruído. Tentaram apagar a minha história. Tenho orgulho do meu marido e da história que construímos e é o que me dá forças para superar as injustiças".
Logo após ao pronunciamento da postulante à vaga no TCM, teve início a sabatina feita pelos deputados. Os líderes da maioria, deputado Rosemberg Pinto (PT), da minoria, Alan Sanches (UB), fizeram um acordo para que somente cinco deputados de cada bancada fizessem os questionamentos durante a sessão. Da parte da bancada da maioria, sabatinaram a candidata os deputados Nelson Leal (PP), Vitor Bonfim (PV), Fabíola Mansur (PSB), Paulo Rangel e Robinson Almeida (PT). Da oposição, falaram Tiago Correia (PSDB), Robinho (UB), Sandro Régis (UB), Luciano Simões (UB) e o próprio Alan Sanches.
Aline ainda foi perguntada sobre o posicionamento do senador Jaques Wagner (PT), que se manifestou contrário ao nome da enfermeira para o TCM-BA. No entanto, após intervenção da presidente da CCJ, a deputada estadual Maria Del Carmen (PT), ela não respondeu à pergunta.
Os membros aprovaram por unanimidade o relatório. Nos bastidores, a avaliação é que Aline teria pelo menos 40 votos do Plenário para ser aprovada na vaga. O próprio Rui trabalhou pessoalmente para a indicação da vaga. Se for mesmo a indicada, ela receberá um?salário de R$ 35 mil e a estabilidade no cargo pode chegar até os 75 anos.