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STF retoma julgamento que permitirá ao governo Lula quitar precatórios e evitar punição prevista no arcabouço fiscal

Publicada em 30/11/2023 às 09:42h

por Por Edu Mota, de Brasília


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 (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O Supremo Tribunal Federal retomou desde a meia-noite desta quinta-feira (30) o julgamento, em plenário virtual, da ação que questiona a validade do atual regime de pagamento de precatórios, títulos de dívidas do governo federal reconhecidas definitivamente pela Justiça. A retomada do julgamento foi possível após o ministro André Mendonça devolver o processo. O ministro havia pedido vista na última segunda (27).

A ação é considerada essencial para os planos da equipe econômica do governo Lula, que deseja quitar o estoque de precatórios estimado em R$ 95 bilhões e evitar um acúmulo para o próximo ano. A decisão favorável do STF possibilitaria que a União retirasse esses R$ 95 bilhões do limite estabelecido pelo novo arcabouço fiscal. O pagamento dos precatórios será realizado por meio da abertura de crédito extraordinário.

Até o momento, o Supremo possui maioria de oito votos a favor da flexibilização das regras de pagamento de precatórios. O ministro Luiz Fux, relator da ação protocolada pelo PDT e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), apresentou voto para declarar a inconstitucionalidade do teto para o pagamento de precatórios, que foi proposto em 2021 pelo governo Bolsonaro e aprovado pelo Congresso Nacional, por meio da chamada “PEC dos Precatórios”, como forma de cumprir as metas fiscais.

Para o ministro Luiz Fux, o estabelecimento do teto para os precatórios “sacrificou os direitos individuais” de titulares de créditos com o poder público. O ministro afirmou que a adoção das medidas “extremas” aprovadas pelo Congresso se justificaram durante a pandemia da Covid-19, mas que o cenário mudou depois de 2022. 

No seu voto, Fux ressaltou ainda que o teto fiscal, regra em vigor na época da aprovação da PEC, foi substituído pelo novo arcabouço fiscal, sancionado em agosto pelo presidente Lula. Por isso, o ministro defende que o pagamento de precatórios seja retomado pela União sem qualquer limitação orçamentária a fim de quitar o valor acumulado desde 2022.

Além de Fux, votaram pela liberação do pagamento de precatórios os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Faltam votar os ministros Kássio Nunes Marques e André Mendonça.




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