O governo da França anunciou nesta terça-feira (26) uma parceria financeira entre a Agência Francesa de Desenvolvimento e os bancos públicos brasileiros para levantar até 1 bilhão de euros (R$ 5,4 bilhões) em investimentos públicos e privados em bioeconomia na Amazônia nos próximos quatro anos. O anúncio foi feito pelo presidente francês Emmanuel Macron em conjunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante visita à Ilha do Combu, em Belém, no Pará.
Além disso, Macron e Lula anunciaram o relançamento do projeto de um centro franco-brasileiro sobre biodiversidade amazônica. A criação do Instituto estava prevista em um acordo de 2008 e tem como objetivo o desenvolvimento de pesquisas por meio de universidades e outros centros científicos, além de criar uma coalizão de empresas para levantar fundos que patrocinem as atividades.
Os governos de Brasil e França também firmaram compromisso institucional destinado à aproximação do parque amazônico da Guiana Francesa e do parque Montanhas do Tumucumaque. O objetivo é que ambos se tornem um corredor amazônico com mais de 7 milhões de hectares protegidos.
Houve ainda discussões sobre a realização de uma reforma de abordagem sobre os mercados de carbono, com o compromisso de promover os países que desejam se tornar emissores negativos de CO² até a realização da Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, a COP30, em Belém.
Macron reforçou ainda que continuará apoiando os povos indígenas e as comunidades locais amazônicas.
Compromissos bilaterais:
Macron apontou a necessidade de um diálogo entre Paris e Brasília nos próximos dois anos para aumentar as ambições comuns, como a reforma da governança e o aumento do capital do Banco Mundial, a fim de capacitar o órgão a financiar um “Green Deal Global” nas áreas de energia, infraestrutura e indústria, sem deixar de combater a pobreza.
Outros pontos que envolvem os esforços de Brasil e França que foram discutidos durante o encontro em Belém:
Macron indicou a Lula ainda que a França trabalhará com as autoridades brasileiras para tornar operacional a ponte sobre o rio Oiapoque.
Também foram discutidas questões envolvendo refugiados e a pesca ilegal.