O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (30) um voo para repatriar brasileiros que estão no Líbano, país que vem sendo alvo de ataques das forças israelenses, em guerra com o grupo Hezbollah.
A data ainda não foi definida, mas será anunciada nos próximos dias, segundo o governo. O plano prevê a retirada dos brasileiros da área pelo aeroporto da capital do Líbano, Beirute. A operação será coordenada pelo Itamaraty e pelo Ministério da Defesa.
A nota do Ministério das Relações Exteriores diz que a embaixada brasileira no Líbano está tomando as providências para viabilizar a operação. O posto diplomático está em contato com a comunidade brasileira no país e em “estreita coordenação com as autoridades locais”.
A decisão de retirar os brasileiros foi anunciada pouco antes de Israel iniciar uma invasão terrestre no Líbano.
Na sexta-feira (27), o governo brasileiro confirmou a morte de Mirna Raef Nasser, adolescente brasileira natural de Balneário Camboriú (SC), após bombardeios no leste do país no início desta semana. Ela foi a segunda vítima nascida no Brasil atingida pelos intensos bombardeios aéreos israelenses na região, de acordo com o Itamaraty.
Um adolescente brasileiro de 15 anos morreu durante bombardeios de Israel no Líbano no mesmo dia. Ali Kamal Abdallah, que nasceu em Foz do Iguaçu (PR), estava no vale do Bekaa, a leste da capital, Beirute, uma das regiões atacadas pelas tropas israelenses devido à presença de forças do Hezbollah.
O conflito no Oriente Médio atingiu um novo patamar de violência no fim de semana, com o assassinato na noite de sexta-feira (27) do líder do grupo libanês, Hassan Nasrallah, de 64 anos, além de diversos outros líderes. Todos foram mortos durante um mega-ataque aéreo na capital Beirute.
A crise no Oriente Médio já havia subido no domingo (22) após Israel lançar uma grande ofensiva, com ataques aéreos em diversas regiões libanesas. O Hezbollah já havia, por sua vez, lançado foguetes contra territórios israelenses, após a explosão dos pagers, quando diversas lideranças do grupo foram mortas.
O governo Lula vem criticando os ataques israelenses. Em uma nota logo após a intensificação dos ataques, o Ministério das Relações Exteriores disse que condenava a ofensiva nos seus “mais fortes termos” e reprovava as declarações de autoridades de Tel Aviv em favor de operações militares e da ocupação do território libanês.