O Ministério das Relações Exteriores lamentou, em nota, a decisão do governo dos Estados Unidos de elevar para 25% as tarifas sobre importações de aço e de alumínio provenientes de todos os países e de cancelar os arranjos vigentes acerca de quotas de importação desses produtos. A medida começou a valer nesta quarta-feira (12/3).
"Em defesa das empresas e dos trabalhadores brasileiros e em linha com seu tradicional apoio ao sistema multilateral de comércio, o governo brasileiro considera injustificável e equivocada a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países", afirmou o Itamaraty.
O governo destacou que os Estados Unidos mantêm um superávit comercial de longa data com o Brasil, da ordem de US$ 7 bilhões. Com relação ao aço, o governo brasileiro ressalta que "as indústrias do Brasil e dos Estados Unidos mantêm, há décadas, relação de complementaridade mutuamente benéfica". "O Brasil é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA (US$ 1,2 bilhão) e o maior exportador de aço semi-acabado para aquele país (US$ 2,2 bilhões, 60% do total das importações dos EUA), insumo essencial para a própria indústria siderúrgica norte-americana", disse.
O Ministério das Relações Exteriores ainda afirmou que buscará, em coordenação com o setor privado, defender os interesses dos produtores internacionais junto ao governo dos Estados Unidos. "Em reuniões já previstas para as próximas semanas, avaliará todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior, com vistas a contrarrestar os efeitos nocivos das medidas norte-americanas, bem como defender os legítimos interesses nacionais, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio", finalizou.