Exatos setenta e sete dias separaram 24 de dezembro de 2021, quando o Botafogo assinou uma oferta não-vinculante com a Eagle Holdings, até 11 de março de 2022, quando o Alvinegro e John Textor finalizaram todas as questões burocráticas e assinaram o contrato definitivo, tornando o norte-americano dono de 90% da SAF do Glorioso.
O Botafogo transformou o modelo de associação do futebol profissional tendo um investidor concreto na jogada em menos de três meses. A história desde a chegada de John Textor foi rápida, mas há vários motivos por trás disso - afinal de contas, o Alvinegro vem se ajeitando para ser um clube-empresa desde 2019.
À época, a ideia ainda era chamada de "Botafogo S/A" e era tocado por Nelson Mufarrej, antigo presidente. Os dois projetos, um de Laercio Paiva e outro de Gustavo Magalhães, não foram para frente, mas o trabalho colocado nesses anos não foi inútil. O Alvinegro teve todas as contas, cifras e projeções organizadas de forma inicial.
Com Durcesio Mello, presidente que assumiu em janeiro de 2021, a coisa engrenou de vez. O mandatário contratou Jorge Braga, que assumiu como CEO com a função de organizar ainda mais as pastas do clube para "arrumar o terreno" na busca por um investidor. O final da história é feliz: a Eagle Holding, na figura de John Textor, apareceu.
As conversas com Textor começaram bem antes daquele 24 de dezembro. O processo definitivo, contudo, veio somente naquela véspera de Natal. Com calma e sem acelerar processos, as partes resolveram uma significativa mudança em menos de três meses.
John Textor, agora, assume controle total do departamento de futebol do clube - ele já vinha tomando decisões importantes no bastidores, vale ressaltar. O presidente Durcesio Mello ficará à frente da parte social do Alvinegro, que tem como "carro-chefe" os esportes olímpicos, mas é provável que ele ajude nesse momento a curto prazo de transição.