BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Ministério da Economia anunciou nesta sexta-feira (20) a necessidade de um corte adicional de R$ 8,2 bilhões no Orçamento para evitar o estouro do teto de gastos, regra fiscal que limita o crescimento das despesas à variação da inflação.
O anúncio significa que os ministérios terão suas verbas discricionárias (que incluem custeio e investimentos) reduzidas, devido à alta em despesas obrigatórias como sentenças judiciais e subsídios ao financiamento agrícola.
O governo já havia feito um bloqueio de R$ 1,7 bilhão em recursos no mês de março. Com isso, o total de recursos travados no Orçamento chega a R$ 9,9 bilhões.
O corte seria ainda maior caso a equipe econômica já tivesse incluído o impacto dos reajustes a servidores públicos.
Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, o governo parcelou o corte no Orçamento diante do impasse envolvendo a promessa do presidente Jair Bolsonaro (PL) de aumento salarial mais generoso às carreiras policiais. O desejo de privilegiar algumas categorias criou um impasse na decisão final sobre os reajustes.
Sem uma definição, o governo deixou para julho um bloqueio adicional de cerca de R$ 5 bilhões para acomodar o impacto do reajuste de 5% a todos os servidores e de um aumento diferenciado para categorias policiais —cenário tido como mais provável até o momento.