A Eletrobras foi privatizada por, precisamente, R$ 96,6 bilhões, segundo informações da Exame. O novo valor de mercado coloca a companhia entre as 10 empresas mais valiosas da bolsa brasileira, passando a superar companhias como B3, Suzano, JBS e Itaúsa.
O tamanho da Eletrobras em relação à segunda maior empresa de energia listada na bolsa, a Engie Brasil, aumentou de duas para três vezes.
A União Federal deixou de ser controladora da empresa. Apesar do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ter vendido ações na oferta global, a perda do controle ocorreu principalmente pela diluição da participação do governo com a emissão de novas ações.
De acordo com a Exame, como resultado da transação, o governo terá pouco mais de 40% do capital social da companhia. A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) liberou o negócio e o prospecto da oferta foi publicado em seguida.
O valor da privatização é o equivalente ao novo capital social da companhia, ou seja, à nova quantidade total de ações multiplicado por R$ 42,00. Esse foi o preço que os investidores consentiram em investir no negócio. A demanda total, nesse valor, foi equivalente a duas vezes o livro, em um dos ambientes mais desafiadores para o mercado de ações desde o 11 de setembro de 2001.
Do valor total da oferta, de R$ 33,6 bilhões, mais de R$ 30 bilhões vão reforçar o caixa da companhia, considerando a oferta base e mais o greenshoe. De toda a venda, o investidor individual, de varejo, assumiu R$ 9 bilhões, ou 27%. Desse valor, R$ 6 bilhões foram recursos do FGTS colocados na empresa e o restante, por meio de participação direta adquirida por meio de corretoras.
Nos três primeiros meses do ano, a empresa teve receita líquida de R$ 9,1 bilhões, 12% acima de igual período de 2021. O lucro líquido passou de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,7 bilhões nessa mesma comparação. A capitalização vai reforçar o balanço do negócio de forma significativa, uma vez que ao fim de março a dívida líquida estava em R$ 20,5 bilhões — o caixa estava pouco acima de R$ 15,5 bilhões.
Antes da Eletrobras, a BR Distribuidora, hoje Vibra Energia, também foi privatizada via oferta pública de ações. No entanto, essa é a primeira vez que a União adota esse modelo.