A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, enviou para a PGR (Procuradoria-Geral da República) uma nova notícia-crime apresentada por deputado sobre interferência de Jair Bolsonaro em investigação sobre Milton Ribeiro.
No despacho, a ministra cita “gravidade do quadro narrado”. “(…) 2. Considerando os termos do relato apresentado e a gravidade do quadro narrado, manifeste-se a Procuradoria-Geral da República. 3. Na sequência, retornem-me os autos imediatamente conclusos”, disse.
A determinação se deu em ação apresentada pelo federal Israel Batista (PSB-DF) contra Bolsonaro (PL) e o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por suposta “interferência ilícita” nas investigações de corrupção e tráfico de influência na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
A ação do parlamentar se baseia na informação de que o Ministério Público Federal disse ter suspeitas de que Jair Bolsonaro teria interferido nas investigações do ex-ministro. O procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes pediu o envio de parte do caso ao STF.
Ontem, a ministra enviou à PGR uma notícia-crime apresentada pelo líder da bancada do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG).
No domingo (26), Bolsonaro voltou a defender Ribeiro, que chegou a ser preso em 22 de junho por suspeitas de irregularidades na liberação de verbas da pasta. Ele foi solto no dia seguinte e nega as denúncias.
A reportagem procurou o Palácio do Planalto e aguarda uma reposta. A defesa do ex-ministro da Educação divulgou em nota que o “seu cliente não cometeu qualquer ilicitude, independentemente da esfera de apuração”.