O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou à Justiça Eleitoral possuir bens no valor de R$ 7,4 milhões, quantia inferior à informada em 2018, quando estava preso em Curitiba e foi impedido de concorrer à Presidência por causa das condenações na Lava Jato.
Nas eleições anteriores, os bens do petista somavam R$ 7,98 milhões, cerca de meio milhão a mais, em valores nominais.
Corrigido pela inflação, o patrimônio de Lula era de cerca de R$ 10 milhões na época, R$ 2,7 milhões a mais do que os valores informados neste ano.
As condenações do ex-presidente foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021, tornando-o novamente elegível.
Lula registrou sua chapa no sábado (6), com seu ex-adversário Geraldo Alckmin (PSB) como candidato a vice-presidente.
O ex-governador de São Paulo declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 1 milhão em bens, valor também inferior ao informado em 2018, quando era de R$ 1,37 milhão. Corrigidos pela inflação, os bens de Alckmin somavam R$ 1,7 milhão.
Em nota à CNN, a assessoria do ex-presidente afirmou que não irá comentar as informações sobre o patrimônio de Lula e sobre a prévia do plano de governo enviada à Justiça Eleitoral.
Entre os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-governador Ciro Gomes (PDT) ainda não formalizaram suas candidaturas junto ao TSE. Por isso, seus dados patrimoniais ainda não são públicos.
A senadora Simone Tebet (MDB) declarou um patrimônio de R$ 2,3 milhões, valor nominal superior ao informado em 2014, quando foi eleita. Naquele ano, seus bens somavam R$ 1,5 milhão (R$ 2,5 milhões corrigidos pela inflação no período).
A vice dela, a também senadora Mara Gabrilli (PSDB), declarou R$ 12,8 milhões em bens. Em 2018, quando foi eleita, seu patrimônio informado foi de R$ 4,3 milhões (R$ 5,5 milhões em valores corrigidos).
Registros no TSE:
O pedido de registro representa a etapa final para que as candidaturas sejam analisadas e deferidas pelo TSE. O prazo é até 15 de agosto. No dia seguinte, as campanhas estão liberadas. O primeiro turno das eleições está marcado para 2 de outubro.
Ao todo, sete candidatos oficializaram até este domingo (7) a intenção de concorrer ao Palácio do Planalto.
Veja a relação, em ordem alfabética, com o respectivo valor de bens declarados:
Felipe d’Avila (Novo): R$ 24,6 milhões
Léo Péricles (UP): R$ 197,31
Luiz Inácio Lula da Silva (PT): R$ 7,4 milhões
Pablo Marçal (Pros): R$ 16,9 milhões
Simone Tebet (MDB): R$ 2,3 milhões
Sofia Manzano (PCB): R$ 498 mil
Vera Lúcia (PSTU): R$ 8.805
Ainda são esperados os registros das seguintes candidaturas:
Ciro Gomes (PDT)
Jair Bolsonaro (PL)
José Maria Eymael (DC)
Roberto Jefferson (PTB)
Soraya Thronicke (União Brasil)
Programa de governo
O ex-presidente Lula também apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) as diretrizes para um “programa de reconstrução e transformação do Brasil”.
O documento é uma prévia do plano de governo do petista e foi parcialmente divulgado em junho.
Nele, o PT defende ser preciso “revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro, atualmente disfuncional e sem credibilidade”.
Também propõe “proteger o patrimônio do país” e “recompor o papel indutor e coordenador do Estado e das empresas estatais para que cumpram, com agilidade e dinamismo, seu papel no processo de desenvolvimento econômico e progresso social, produtivo e ambiental”.
As diretrizes citam ainda a necessidade de um amplo debate no Legislativo sobre o acesso à informação para garantir a “regulamentação dos mecanismos protetores da pluralidade, da diversidade, com a defesa da democratização do acesso aos meios de comunicação”.