O adolescente de 16 ano suspeito de ser o atirador que matou três pessoas na manhã desta sexta-feira, 25, em escolas de Aracruz, no Espírito Santo, teria planejado o ataque durante dois anos. Ele teria utilizado a arma do pai, um policial militar, para realizar o atentado, e também supostamente carregava um símbolo nazista durante a ação.
O próprio jovem confessou o crime no momento que foi detido. "Os pais estavam destruídos e colaboraram muito com o nosso trabalho", disse o delegado da Polícia Civil, João Francisco Filho, que apresentou os detalhes da apreensão ao lado do governador Renato Casagrande, do secretário estadual de Educação, Vitor de Angelo, e do secretário de Segurança Pública, Marcio Celante. De acordo com o delegado, o adolescente foi encontrado em um dos imóveis da família no município, onde estava escondido. A operação foi tranquila e houve cooperação tanto dos pais quanto do autor do crime.
O veículo utilizado na ação estava estacionado na garagem da família e também foi rastreado pela polícia. O ataque às duas escolas teve início por volta das 9h30 desta sexta e resultou na morte de pelo menos dois professores e uma aluna. Ficaram feridas 11 pessoas, que foram levadas para hospitais da região. Alguns dos feridos já foram liberados. Segundo as últimas informações, quatro pessoas apresentam quadro de saúde mais delicado: três professores, cujo estado é grave, e um aluno, em situação gravíssima.
Já se sabe que o adolescente usou duas armas de responsabilidade do pai: um revólver de calibre .38, de propriedade privada e uma pistola .40 pertencente à Polícia Militar. Ele também levava três carregadores. O governador Renato Casagrande confirmou que, no momento do crime, o adolescente usava uma braçadeira com um símbolo nazista.
O chefe da Polícia Civil, José Darcy Arruda, detalhou os passos do atirador antes de executar o plano. "Ele contou que há dois anos estava planejando esse ataque. Hoje ele acordou e resolveu executar. Ele pegou o carro do pai, cobriu as placas, cometeu o ato e depois voltou pra casa", explicou.
Imagens das câmeras de segurança registraram a ação. O atirador vestia roupa camuflada e uma máscara de esqueleto, similar à usada em fotos nas redes sociais por um dos autores do massacre ocorrido em 2019 na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, São Paulo.