O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, espera que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, entenda o recado dado por uma portaria editada nesta quinta-feira (5). E, com isso, demita o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres.
A nova regra do governo federal impede que sejam cedidos os servidores que respondam a processos criminais ou administrativos. É o caso de Torres, delegado da Polícia Federal e ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro.
Polêmico, acusado de usar a estrutura do ministério para beneficiar politicamente o ex-presidente, Anderson Torres foi renomeado para a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal – posto que já tinha ocupado antes de ir para a Justiça.
Na portaria, o Ministério da Justiça dá um prazo de quinze dias para que o responsável pela nomeação de servidor com casos na Justiça justifique sua decisão de requisitar servidores da Polícia Federal.
Depois, a pasta irá analisar os casos individualmente – inclusive o de Anderson Torres.
Ou seja: se Ibaneis Rocha não tomar a decisão por conta própria, Flávio Dino deve recusar a cessão do delegado da Polícia Federal.
Na avaliação do governo Lula, Anderson Torres agiu politicamente à frente do cargo de ministro da Justiça, para prejudicar o então candidato a presidente do PT.
Além disso, acusam o então ministro da Justiça de se omitir nos episódios de baderna provocados por bolsonaristas no dia da diplomação do presidente Lula e do vice Geraldo Alckmin.
Segundo assessores de Lula, a presença de Anderson Torres na secretaria de Segurança Pública, responsável pela segurança no Distrito Federal, gera insegurança para o governo petista.
Por isso, a expectativa inicial do Palácio do Planalto era que Ibaneis Rocha não renomeasse Torres para a Secretaria de Segurança Pública.