Na decisão em que determinou a prisão do ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres e do ex-comandante da Polícia Militar Fábio Augusto, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que o comportamento dos dois coloca em risco a segurança de políticos. A pedido da Polícia Federal, Moraes determinou a prisão de Torres e Augusto nesta terça-feira (10), como desdobramento dos atos terroristas que tomaram conta da Praça dos Três Poderes no último domingo (8).
Na ocasião, bolsonaristas radicais invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Augusto já foi preso. Torres, ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, está em viagem aos Estados Unidos.
Moraes entendeu que houve omissão e conivência por parte de Torres e Augusto, que, na visão do ministro, foram omissos ao não conter os terroristas e evitar a destruição nas sedes dos poderes da República.
O ministro também entendeu que as prisões são necessárias para evitar a destruição de provas e entraves à investigação.
"Os comportamentos de Anderson Gustavo Torres e Fábio Augusto Vieira são gravíssimos e podem colocar em risco, inclusive, a vida do presidente da República, dos deputados federais e senadores e dos ministros do Supremo Tribunal Federal", escreveu Moraes.
Os fatos que indicam a omissão e conivência, segundo Moraes, são:
ausência de policiamento necessário na Praça dos Três Poderes, em especial do Comando de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal;
autorização para que mais de 100 ônibus ingressassem livremente em Brasília, sem qualquer acompanhamento policial, mesmo sendo fato notório que praticariam atos violentos e antidemocráticos;
a "total inércia" ao não desmontarem o acampamento criminoso na frente do QG do Exército, "mesmo quando patente que o local estava infestado de terroristas".