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Piso do INSS sobe mais que teto e volta a achatar aposentadorias.

Piso do INSS sobe mais que teto e volta a achatar aposentadorias

Publicada em 11/01/2023 às 06:49h

por CNN Brasil.


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 (Foto: Foto: Divulgação)

As aposentadorias, pensões e outros benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que têm valores acima do salário mínimo devem ser reajustadas em 5,93% neste ano.

Foi esta a variação da inflação em 2022 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e divulgada nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, o valor do teto do INSS passará a ser de R$ 7.507.49, dos R$ 7.087,22 pagos em 2022.

O piso dos benefícios, porém, que acompanha o salário mínimo, terá reajuste maior do que isso, o que deve voltar a causar um efeito de “achatamento” das aposentadorias e pensões, ou seja, de reaproximação entre aqueles que ganham o menor valor e os que ganham os maiores.

Depois de três anos sem aumento real, o salário mínimo voltou a subir mais do que a inflação em 2023, o que foi uma promessa de campanha tanto do ex-presidente Jair Bolsonaro quanto do novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, empossado em 1º de janeiro.

O piso salarial nacional subirá dos R$ 1.212 de 2022 para, pelo menos, R$ 1.302 neste ano, valor definido por Bolsonaro por medida provisória em dezembro e que já está valendo para os pagamentos feitos a partir de janeiro.

É um reajuste de 7,4%, ou quase 1,5% mais que a inflação do ano passado.

O valor, porém, ainda pode ficar maior. Isto porque o Orçamento aprovado depois no Congresso para 2023, já com participação da equipe de transição de Lula, previu um salário mínimo de R$ 1.320 para o ano. Seria um aumento total de 8,9%, e de quase 3% acima da inflação.

O Orçamento, porém, não tem poder para fixar o valor do salário mínimo, conforme explicou à CNN a consultoria de Orçamento do Senado. Ele apenas estima o valor e reserva os recursos necessários para seu pagamento.

O número exato deve, pela Constituição, recompor pelo menos a inflação do ano anterior e deve ser definido por lei pelo Poder Executivo.

Com isso, cabe agora ao governo Lula publicar uma nova medida provisória reajustando o salário mínimo para os R$ 1.320 que previu para o ano, caso seja esta a sua decisão.

Especulações dão conta de que o governo pretendia fazer isso até maio, para “atrasar” o novo aumento e amenizar um pouco o impacto bilionário que o reajuste mais alto acrescenta às contas.

Nesse caso, trabalhadores que recebem o salário mínimo, bem como aposentadorias, pensões e benefícios, como o BPC, que acompanham o piso nacional, passariam a ser pagos no novo valor depois da publicação da nova MP.

De acordo com o analista de política da CNN Caio Junqueira, porém, já começa a ganhar mais espaço no governo a tese de manter o salário mínimo como está, no valor mais baixo de R$ 1.302.

Procurado, o Ministério do Trabalho, a quem cabe a decisão, ainda não respondeu à reportagem.

O ministro da pasta, Luiz Marinho, tinha uma coletiva sobre o assunto prevista para segunda-feira (9), mas a agenda foi adiada por conta dos atos criminosos ocorridos em Brasília na véspera e segue sem nova data.

 




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