Na primeira entrevista após os atos golpistas que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que os serviços de inteligência militar erraram em não alertar sobre a possibilidade dos ataques antidemocráticos. Na conversa exibida pela Globonews, o chefe do Executivo enviou um recado às Forças Armadas: “quem quiser fazer política tire a farda”.
“Nós temos inteligência do Exército, nós temos inteligência do GSI [Gabinete de Segurança Institucional], nós temos inteligência da Marinha, nós temos inteligência da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República, ou seja, que poderia ter acontecido isso", destacou Lula.
O presidente prometeu ainda que os militares que participaram dos ataques na Praça dos Três Poderes serão punidos. “Não importa a patente. Não importa a força que ele participe, todos que a gente descobrir que participaram dos atos serão punidos. Terão que ser afastados das suas funções e vão responder perante a lei".
O petista também sugeriu que o seu rival no segundo turno das eleições de 2022, Jair Bolsonaro (PL), pode ter envolvimento com o grupo antidemocrático que atacou a sede do Supremo Tribunal Federal, o Congresso e o Palácio do Planalto.
“E o silêncio dele, mesmo depois do acontecimento aqui, me dava a impressão que ele sabia de tudo o que estava acontecendo, que tinha a ver com aquilo que estava acontecendo. Obviamente que quem vai provar isso são, sabe, as investigações", argumentou Lula.