O governo Lula trocou os superintendentes da Polícia Federal em 18 estados e exonerou 26 chefes estaduais da Polícia Rodoviária Federal (PRF). As decisões, assinadas pelos ministros Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e Rui Costa (Casa Civil) foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União nessa quarta-feira (18). O superintendente da PRF no Piauí, cargo ocupado interinamente por Jairo Lima, foi o único mantido.
O delegado Leandro Almada da Costa, que investigou o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol), comandará a PF no Rio de Janeiro. A superintendência de São Paulo, a maior do país, será chefiada pelo delegado Rogério Giampaolli, que já dirigiu o Comando de Operações Táticas (COT). Giampaolli vai substituir Rodrigo Bartolamei, indicado no governo Bolsonaro.
As trocas fazem parte do plano de Flávio Dino de reduzir a interferência política de bolsonaristas nas duas instituições. O ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques responde a processo por improbidade administrativa. Ele é acusado de usar indevidamente o cargo para pedir votos para Jair Bolsonaro nas redes sociais e de montar barreiras em rodovias, principalmente no Nordeste, região onde Lula obteve a maior votação, no dia da votação em segundo turno. O policial rodoviário, que pediu aposentadoria logo após deixar o cargo, descumpriu ordens do Tribunal Superior Eleitoral ao fazer a operação, que retardou ou impediu que eleitores chegassem a tempo para votar.