O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu, neste sábado (21/1), o general Júlio César de Arruda do cargo de comandante do Exército. Segundo a "GloboNews", o substituto de Arruda será o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste.
Arruda havia sido nomeado para chefiar interinamente o Exército em 30 de dezembro, antes mesmo da posse de Lula. Na primeira semana de janeiro, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o efetivou no posto.
O agora ex-comandante chegou a dizer ao Ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), que funcionários enviados pelo governo federal não prenderiam golpistas acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília (DF). O caso, ocorrido no dia 8 de janeiro, data do movimento radical que invadiu prédios dos três Poderes, foi revelado pelo jornal "The Washington Post".
Fontes militares avaliam que a exoneração ocorreu também pela atuação de Arruda em relação aos acampamentos de bolsonaristas após as eleições, em frente a quartéis por todo o país. A avaliação é que houve omissão por parte do comandante, que não agiu para remover os acampamentos após assumir o cargo.
Sob novo comando
Com a demissão de Júlio César de Arruda do comando do Exército, o substituto escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o comandante militar do Sudeste, Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. A escolha acontece um dia depois de Paiva pedir a sua tropa respeito aos resultados das urnas e chamar os últimos atos no país de "terremoto político".
Aos 62 anos, Ribeiro Paiva nasceu na capital paulista e já foi chefe de gabinete do general Eduardo Villas Bôas. Ele assumiu o comando do CMSE em abril de 2021, ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A unidade abrange 59 organizações militares e tem um efetivo de mais de 17 mil militares.
No Exército desde 1975, Ribeiro Paiva foi aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP), tem cursos de Formação, de Aperfeiçoamento, de Comando e Estado-Maior, além de especialização em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Ele também foi ajudante de ordens dos ex-presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.