O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu nesta segunda-feira (30) o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz. Os dois trataram, entre outros temas, do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Segundo Lula, o tratado será concluído até o fim do primeiro semestre deste ano. Scholz, no entanto, considerou o prazo definido por Lula como ambicioso.
O petista prometeu que o governo brasileiro vai "trabalhar de forma muito dura" para finalizar o tratado. Apesar da meta otimista para fechar o acordo, Lula indicou que vai propor mudanças.
"Nós vamos nos sentar à mesa da forma mais aberta possível. Alguma coisa tem que ser mudada. Não pode ser feito como está lá. Vamos tentar mostrar quanto estamos flexíveis e queremos que os europeus mostrem quanto serão flexíveis. Se tudo der certo, até o meio deste ano, o fim deste semestre, a ideia é tentar encaminhar para que tenha acordo."
A fala de Lula surpreendeu o chanceler alemão. "É realmente impressionante esse anúncio de chegar à conclusão de um acordo ambicioso em tão pouco tempo", opinou Scholz.
"O presidente Lula e eu concordamos que o acordo entre União Europeia e Mercosul é do interesse de ambas as regiões, e ambos queremos que haja um rápido avanço nessa questão. O acordo deve preparar o caminho para a transformação das nossas economias e fortalecer a cooperação tecnológica e industrial."
Acordo Mercosul-União Europeia:
Em junho de 2019, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os dois grupos assinaram o tratado, mas ele ainda não saiu do papel porque precisa da aprovação do Conselho da União Europeia e do Parlamento Europeu.
O documento firmado há quatro anos aborda temas tarifários e regulatórios, como serviços e facilitação de comércio. Caso entre em vigor, o acordo permitirá, por exemplo, a eliminação de tarifas de produtos agrícolas, como laranja, frutas e café solúvel, e a ampliação de acesso de exportadores brasileiros a carnes, açúcar e etanol.
As empresas brasileiras ainda serão beneficiadas com a eliminação de tarifas na exportação de 100% dos produtos industriais. Assim, haverá equalização das condições de concorrência com outros parceiros que já possuem acordos de livre comércio com a União Europeia.