A punição para crimes de intolerância religiosa foi endurecida neste ano, durante o governo Lula. A pena, de até cinco anos, está prevista na lei que equipara crimes de injúria racial a racismo – e que também protege a liberdade religiosa.
Nos últimos dois anos, crimes em razão da religião aumentaram 45% no Brasil. As denúncias mostram que o alvo mais frequente são os cultos de matriz africana: uma pesquisa, coordenada pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras, mostrou que quase metade dos terreiros no Brasil registrou até cinco ataques no mesmo período.
Os números expõem mais uma camada da discriminação racial no Brasil. O racismo religioso, explica o babalorixá Adailton Moreira, do terreiro de candomblé Ilê Omijuarô, é um projeto contra a expressão da cultura afro-brasileira.
"É uma forma de criar uma névoa em cima de todos nós.... de não deixar que essa população tenha dignidade e se orgulhe dos seus costumes", afirma. "A intolerância religiosa é um ato que abrange diversas tradições , mas o racismo religioso está calcado muito mais nas questões da população negra."