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Brasil e China avançam em acordo para comércio sem uso do dólar

Brasil e China avançam em acordo para comércio sem uso do dólar

Publicada em 30/03/2023 às 06:18h

por Agencia Brasil


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 (Foto: Foto: Divulgação)

O governo da?China?e o governo do?Brasil?avançaram nas últimas semanas na negociação para que o comércio e investimentos entre os dois países seja feito diretamente entre o?real?e o?yuan (RMB), o que exclui o dólar dos?Estados Unidos?das transações. O governo da China já indicou qual banco fará o papel de?clearing house, a unidade autorizada a realizar essas transações no Brasil. Esse mecanismo financeiro não existe ainda no País. 

Reduzir a dependência do dólar e aumentar a circulação do yuan é uma das linhas de atuação da política externa e financeira da China. Recentemente, o governo do presidente?Xi Jinping?firmou acordos com Arábia Saudita e Rússia para o uso do yuan no comércio, o que amplia a participação da divisa chinesa no mercado financeiro global, num contexto de disputas comerciais e geopolíticas com os Estados Unidos. O RMB tem cerca de 2% de participação nos pagamentos globais, em crescimento principalmente no entorno do gigante asiático. 

No fim de janeiro, os bancos centrais dos dois países haviam assinado um memorando para estabelecer uma?clearing house?no Brasil. Na prática, trata-se de um banco escolhido pelo governo chinês – o ICBC – para operar pela primeira vez no País como?clearing house. Trata-se de um banco com liquidez na moeda chinesa para fazer a compensação das divisas diretamente, sem transacionar pelo dólar, e que podem ser usados por importadores e exportadores. 

Há cerca de 25 unidades semelhantes no mundo. Na América do Sul, o Chile possui um acordo similar, assim como a Argentina. Os Estados Unidos também possuem uma?clearing house?para fazer troca direta da moeda, indicada pelo Banco Central da China. O empresário no Brasil receberá em yuan e fará nesse banco a troca pelo real. 

A secretária de Assuntos Internacionais do?Ministério da Fazenda,?Tatiana Rosito, destacou ontem que “a maior previsibilidade das taxas de câmbio” é muito importante para investidores e comerciantes. Segundo ela, os impostos de câmbio são dois dos elementos mais questionados por parceiros chineses no Brasil, e o comércio em moeda local pode contribuir para o incremento das trocas bilaterais. A balança comercial alcançou U$ 150 bilhões no ano passado, e os investimentos diretos da China no Brasil chegaram ao acumulado de U$ 70 bilhões. 

Além disso, ela celebrou o avanço de tratativas para que um banco brasileiro possa ingressar no sistema de pagamentos chinês. O?BNDES?também planeja lançar novas linhas de financiamento para o comércio bilateral. 

“Esses elementos reduzirão os custos de transação para trocas entre real e RMB, e são um elemento a mais nesse adensamento das relações”, disse Rosito, em Pequim. As declarações foram dadas no Fórum de Negócios Brasil-China, realizado ontem, em Pequim, com cerca de 523 participantes, entre autoridades dos dois governos e empresários. 

 




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