Apesar da popularidade estagnada, o Palácio do Planalto avalia que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) melhorou na percepção de eleitores que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a partir dos dados da pesquisa Ipec divulgados nesta sexta-feira (9).
O levantamento mostra que 37% do eleitorado consideram o governo ótimo ou bom, enquanto os que reprovam somaram 28% — em relação à pesquisa anterior, os números oscilaram dentro da margem de erro.
Os entrevistados que deram nota regular também pontuaram 37% e é sobre esse grupo que estão depositadas as análises positivas do governo.
Responsável pela comunicação de governo, o ministro Paulo Pimenta afirma que a “pesquisa revela a manutenção da polarização” das eleições.
Ao mesmo tempo, o ministro palaciano considera que houve “avanço positivo da popularidade do governo entre a parcela da população que nas últimas eleições optou pelo outro projeto de governo”.
“Isso porque as ações do governo, que é para todos os brasileiros, começam a ser percebidos, como o novo Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Mais Médicos, redução nos preços dos combustíveis, inflação controlada, e várias outras ações”, afirmou em nota.
A Secretaria de Comunicação da Presidência prepara uma análise mais aprofundada dos números.
A avaliação é exemplo do que auxiliares do governo de dentro do Planalto repassam ao presidente Lula.
“Se considerarmos que de todas as políticas públicas e programas lançados até agora o que efetivamente ‘chegou até as pessoas’ foi o Bolsa Família, é possível afirmar que, na medida que essas ações forem sendo desenvolvidas, ampliaremos a nossa capacidade de diálogo e apoio para outros segmentos”, disse o ministro da Secom.
Outra avaliação do governo diz respeito à calcificação ou cristalização do grupo mais identificado com o bolsonarismo e que dificilmente avaliará bem o governo Lula.
Estima-se que este grupo varie de 24% a 30%, segundo as últimas pesquisas de opinião.
Integrantes do governo ouvidos pela CNN avaliaram que o governo poderia estar com popularidade melhor se não fossem as dificuldades na relação com o Congresso.
As falhas na articulação têm deixado exposta a administração de governo.