Além das homenagens alusivas ao Dia Internacional da Mulher, esta terça-feira (8) também foi marcada por mobilizações dos profissionais de Enfermagem por todo o país. Em Petrolina, a categoria participou pela manhã da sessão plenária da Câmara Municipal, acompanhado os representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindsemp), que foram pedir apoio dos vereadores para cobrar das lideranças políticas do Estado a votação do Projeto de Lei (PL) 2.564/20, que propõe a implantação do piso nacional dos profissionais da área, e está em tramitação na Câmara dos Deputados.
No final da tarde, os enfermeiros concentraram-se na Praça do Bambuzinho, na Avenida Souza Filho, área central da cidade, de onde partiram em passeata pelas principais vias públicas. Com faixas e cartazes, eles pediam ao presidente da Câmara, agilidade para colocar a matéria na pauta.
A preocupação do Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco (SEEPE) é com o prazo-limite para os parlamentares analisarem o PL 2.564/20. De acordo com Daniele Alencar, diretora da entidade em Petrolina, Daniele Alencar, há outras reivindicações da categoria, a exemplo da jornada de 30 horas. No entanto, a implantação do piso nacional é a mais urgente. “A gente tem até o dia 3 de abril para que o presidente da Câmara, Arthur Lira, coloque o projeto em votação, porque senão a gente perde o prazo, já que este é um ano eleitoral”, argumentou. “Estamos fazendo esses movimentos para pressioná-lo e pressionar os deputados”, completou.
Outro diretor do SEEPE, João Andrade, argumenta que o piso dos enfermeiros, técnicos e profissões similares como parteiras, é mais do que justo: é constitucional. “É uma reparação histórica com a categoria”, declarou. Ele demonstra otimismo em ver o PL aprovado, já que a mobilização em Pernambuco, por exemplo, que ficava restrita a Recife, Petrolina e Caruaru, dessa vez expandiu-se para cidades menores do Estado.
Superávit
Andrade frisou ainda que o piso dos enfermeiros não vai causar impacto financeiro nas contas da União, pois o Sistema Único de Saúde (SUS) e a rede privada tiveram superávit nos últimos dois anos. Ele acredita que a dificuldade em colocar o projeto na pauta se deve a lobby dos grandes hospitais particulares, planos de saúde e até de secretários municipais da pasta. Mas ele assegura que, além do apoio da sociedade civil, a categoria tem quase unanimidade da classe política em torno da matéria. Mesmo assim, Andrade disse que nesse tempo que resta até a data-limite, os profissionais terão um comitê permanente em Brasília (DF), a partir de hoje.
“Iremos frequentar o gabinete dos deputados e pressionar Arthur Lira pelas redes sociais. Vamos também chegar junto das câmara de vereadores e das assembleias legislativas, para que tanto os vereadores quanto os deputados estaduais, a partir de suas bases, possam pressionar os deputados federais”, completou.