Depois dos bons números verificados na queda do desemprego e no PIB do segundo trimestre (acima das expectativas do mercado), o governo Lula teve outra boa notícia na área econômica nesta terça-feira (10). Segundo o IBGE, a inflação oficial do país no mês de agosto teve índice negativo pela primeira vez neste ano, fechando em -0,02%.
O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto, apresentado pelo IBGE, foi melhor do que as estimativas dos analistas econômicos do mercado, que projetavam um índice positivo de 0,02%. A taxa de -0,02% em agosto revelou ainda uma queda de 0,40 ponto percentual em relação ao mês de julho (0,38%).
No ano, o IPCA acumula alta de 2,85% e, nos últimos 12 meses, de 4,24%, abaixo dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Novamente o resultado está abaixo do que foi previsto no Boletim Focus do Banco Central desta semana. Os especialistas do mercado consultados pelo BC haviam revisado suas expectativas pra a inflação ao final do ano, aumentando de 4,26% no boletim da semana passada para 4,30% a estimativa para o IPCA.
O resultado do IPCA de agosto foi influenciado principalmente pela queda na área de Habitação (-0,51%), após redução nos preços da energia elétrica residencial (-2,77%). Também o grupo de Alimentação e bebidas (-0,44%) puxou para baixo o índice oficial, com a segunda queda consecutiva da alimentação no domicílio (-0,73%).
Segundo a análise do IBGE, o principal fator que contribuiu para a queda nos preços de alimentos foi uma maior oferta desses produtos no mercado por conta de um clima mais ameno no meio do ano em algumas regiões. "Esse clima favoreceu a produção de alimentos, com maior ritmo de colheita e intensificação de safra", afirma o relatório do IBGE.
Foram observadas quedas nos preços da batata inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%). No lado das altas, destacam-se o mamão (17,58%), a banana-prata (11,37%) e o café moído (3,70%).
Já a alimentação fora do domicílio (0,33%) teve variação abaixo da registrada no mês anterior (0,39%). O subitem lanche desacelerou de 0,74% em julho para 0,11% em agosto, enquanto a refeição acelerou de 0,24% para 0,44%.
O grupo Transportes (0,00%) registrou estabilidade, apesar da alta de combustíveis (0,61%), gás veicular (4,10%), gasolina (0,67%) e óleo diesel (0,37%). Entretanto, contribuiu para a estabilidade na área a forte queda nos preços das passagens aéreas (-4,93%).
"A queda no preço das passagens aéreas em agosto pode ser explicada por um movimento contrário ao observado em julho, mês de férias escolares, quando as passagens aéreas são mais demandadas por conta de viagens que as famílias realizam", afirma André Almeida, gerente da pesquisa do IBGE.
Nos índices regionais, sete das capitais pesquisadas pelo IBGE apresentaram variação positiva de preços, entre elas a cidade de Salvador. A capital baiana se apresentou com alta de 0,3% em agosto, o sexto maior índice entre todas as capitais.
Acima de Salvador aparecem Porto Alegre (0,18%), Brasília (0,17%), Vitória (0,14%), Belo Horizonte (0,13%) e São Paulo (0,10%). Na região Nordeste, a capital baiana teve o maior índice de inflação, acima de Fortaleza (0%), Recife (-0,07%), Aracaju (-0,33%) e São Luís (-0,54%), cidade que teve o melhor resultado no país.
Apesar de ter tido um resultado maior do que a média nacional, a inflação em Salvador em agosto (0,03%) foi menor do que a registrada em julho (0,18%). No ano de 2024, o IPCA da capital baiana registra um total de 2,68% (abaixo da média nacional de 2,85%), e na verificação de 12 meses, Salvador aparece com IPCA de 3,71% (também bem abaixo do total para o país, que foi de 4,24% nos últimos 12 meses).