Grande favorita, porém inabilitada: María Corina Machado aparece como praticamente vencedora das primárias da oposição da Venezuela neste domingo, mas sua eventual vitória não garante que possa enfrentar Nicolás Maduro nas presidenciais de 2024.
Machado, da ala mais radical da oposição, sofre com uma proibição de exercer cargos públicos por 15 anos, uma sanção sobre a qual o chavismo não cede, apesar das pressões dos Estados Unidos, que flexibilizaram sanções após a reativação de um processo de diálogo esta semana.
Os 21 milhões de venezuelanos inscritos no sistema eleitoral estão aptos a votar nesse processo de internas, no qual competem 11 candidatos, sobre os quais Machado mantém vantagem astronômica de até 30 pontos nas pesquisas.
As primárias são organizadas pela própria oposição, ao descartar a assistência técnica do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) após três meses de subterfúgio por parte da autoridade, que finalmente propôs, no último minuto, adiar o processo em um mês para poder participar.
"Isso tem gerado problemas logísticos tremendos", explicou à AFP Eugenio Martínez, jornalista e especialista eleitoral.
A oposição terá à sua disposição 3.000 centros de votação, cuja capacidade máxima permitirá a participação de 3 milhões de eleitores, embora esse número possa ser muito menor.
A vitória quase dada de Machado "desestimula" o eleitor, além do desafio de instalar os centros - que, sem o CNE, estarão localizados em praças, parques, escolas e até em residências particulares - no mesmo dia das eleições.