No último duelo televisivo antes do segundo turno, peronista afirma que eleição de ultradireitista colocaria em risco empregos gerados pela relação econômica com o país vizinho, principal parceiro comercial da Argentina.Os candidatos à presidência da Argentina, o governista Sergio Massa e o ultradireitista Javier Milei, trocaram duras acusações neste domingo (12/11/2023), durante o último debate antes do segundo turno de 19 de novembro.
A relação com o Brasil foi um dos temas que gerou bate-boca. Ao longo da campanha, Milei disse que não manterá relações políticas com líderes "comunistas", incluindo entre estes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o qual não pretende se reunir.
Massa argumentou que romper relações com o Brasil, assim como com a China, faria a Argentina perder 2 milhões de empregos. O Brasil é o principal parceiro político e comercial da Argentina.
Milei contra-argumentou que as relações políticas e pessoais dele não interferem nos negócios do setor privado, e, se os exportadores perderem mercados, podem substitui-los por outros.
"Você pertence a um governo no qual [o presidente] Alberto Fernández não falava com [o ex-presidente Jair] Bolsonaro. Qual é o problema se eu não falar com o Lula? As relações comerciais do setor privado são do setor privado e o Estado não deve se meter", disse Milei.
Analistas: Massa venceu duelo
Analistas avaliaram que Massa conseguiu se impor sobre Milei no debate e que este não soube aproveitar a grave crise econômica do país para criticar o oponente.
Na primeira parte, o assunto era economia, ponto forte de Milei, um economista, e ao mesmo tempo ponto fraco de Massa, que é o ministro da Economia de um país com índices de 140% de inflação e 42% de pobreza.
No entanto, foi Massa que fez uma série de perguntas sobre as contradições do oponente, levando Milei a entrar no jogo e a gastar todo o tempo nas respostas, sem chegar a acusar Massa pela inflação galopante.