O governo brasileiro avaliou positivamente o acordo Estados Unidos-China na área ambiental e acredita que o entendimento entre as duas maiores potências do planeta, responsáveis em conjunto por 38% das emissões totais de gases do efeito-estufa, joga ainda mais atenção sobre a COP30 — prevista para ocorrer em Belém, em 2025.
Nesta quarta-feira (15), as equipes dos presidentes Joe Biden e Xi Jinping concordaram em triplicar a atual geração de energias renováveis até 2030. Com isso, o objetivo declarado é acelerar a transição energética e a redução no uso de combustíveis fósseis. A declaração conjunta “Sunnylands Statement on Enhacing Cooperation to Address the Climate Crisis” foi divulgada a poucas semanas da COP28, em Dubai, que começa no fim de novembro. A China evitou se comprometer com a eliminação gradual do carvão ou em parar de construir novas usinas movidas por esse combustível.
Mas foi outro ponto da declaração o mais destacado pela diplomacia brasileira: o compromisso, por parte de Pequim, de incluir o metano e outros gases-estufa nas metas climáticas (as NDCs) de 2035.
Até agora, a China concentrou suas metas exclusivamente no dióxido de carbono (CO2) e rejeitou o metano como parte dos indicadores monitorados. Só que o metano, embora dure menos tempo na atmosfera, é mais prejudicial ao aquecimento global do que outros gases.
Trata-se da primeira vez que o governo chinês se compromete com uma meta abrangente para toda a sua economia — em vez de olhar apenas as emissões de CO2. Com um detalhe: as metas de redução dos gases-estufa até 2035 serão definidas na COP30, em Belém, em 2025.
Para um funcionário graduado da diplomacia brasileira ouvido pela CNN, a declaração conjunta Estados Unidos-China é promissora e significativa, embora ainda seja necessário observar como essas promessas vão se traduzir na prática.