O ex-presidente do Chile Sebastián Piñera, 74, morreu nesta terça-feira (6) em um acidente de helicóptero na comuna de Lago Ranco, região centro-sul do Chile, segundo o jornal local La Tercera.
Um relatório do Serviço de Resposta a Desastres do Chile fala em três feridos encontrados pelas equipes de resgate e uma pessoa morta. Estão no local bombeiros, a polícia, o Serviço de Atenção Médica de Urgências e as Forças Armadas. A aeronave estaria submersa a 40 metros de profundidade, de acordo com o jornal.
Ainda segundo a imprensa local, o anúncio oficial por parte do governo será feito após o término das perícias. O ex-presidente estaria voltando de um almoço da casa do empresário José Cox, onde, segundo o La Tercera, estão os sobreviventes. A aeronave teria perdido o controle após avançar alguns metros, ainda de acordo com o jornal.
Apesar da ausência de anúncio oficial, já havia manifestações sobre a morte de Piñera vindos da Argentina. O ex-presidente Mauricio Macri expressou “tristeza imensa” pela morte do “querido amigo”. “Uma pessoa boa, comprometida como ninguém com o Chile e com os valores da liberdade e da democracia na América Latina. Realmente uma perda completa, insubstituível. Hoje me despeço de um amigo e dirigente notável”, afirmou o empresário.
A Presidência da Argentina também emitiu um comunicado oficial. “O gabinete do presidente lamenta o trágico falecimento de Sebastián Piñera”, afirmou em nota. “Em nome do Estado argentino, enviamos condolências a seus familiares, amigos e a todo o povo chileno.”
Empresário bilionário, Piñera foi presidente em dois mandatos no Chile, de 2010 a 2014 e de 2018 a 2022. No mais recente, foi eleito tanto com o apoio da extrema direita (como o pinochetista José Antonio Kast), como de desiludidos da centro-esquerda e teve como principal desafio político encontrar um caminho de centro para promover a conciliação entre ambos lados.
Ele estava na sua primeira passagem pela Presidência, de 2010 a 2014, quando o Chile passou por um rápido crescimento econômico e uma queda acentuada no desemprego. Naquele momento, muitos dos parceiros comerciais e países vizinhos do Chile enfrentavam um crescimento acentuadamente mais lento.
Já a sua segunda presidência, de 2018 a 2022, foi marcada por protestos violentos contra a desigualdade que levaram a acusações de violações dos direitos humanos e terminaram com a promessa do governo de redigir uma nova constituição e abriu as portas para o esquerdista Gabriel Boric, atual presidente do Chile, chegar ao poder.