A Rússia não vai recuar diante da ameaça de sanções dos Estados Unidos, motivadas pelas tensões na Ucrânia , afirmou a embaixada russa em Washington horas antes da conversa telefônica prevista para esta terça-feira (1º) entre os chefes da diplomacia das duas potências.
"Não vamos recuar e ficar quietos, ouvindo as ameaças de sanções dos Estados Unidos", afirmou a embaixada em um texto publicado em sua página do Facebook. "É Washington e não Moscou que gera tensões".
A nota foi divulgada poucas horas de uma conversa por telefone entre o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, para abordar a situação na Ucrânia.
As tensões entre os dois países aumentaram nas últimas semanas, com acusações diretas dos EUA de que a Rússia planeja invadir a Ucrânia. Na segunda-feira (30), os países trocaram farpas na ONU, em uma reunião do Conselho de Segurança para debater a crise
A Casa Branca afirmou na segunda que está preparada para impor sanções contra pessoas próximas ao presidente russo, Vladimir Putin, em caso de um ataque, reforçando uma ameaça que o próprio presidente americano, Joe Biden, já havia feito.
A Rússia deslocou mais de 100 mil soldados para a fronteira com a Ucrânia, o que provoca temores nos países ocidentais sobre a preparação de uma ofensiva. Os russos já invadiram o país vizinhos em 2014, quando anexou a Crimeia, uma região ucraniana que ocupa até hoje.
Apesar dos exercícios na fronteira, os russos têm reiterado diversas vezes que não pretendem invadir a Ucrânia. A embaixada russa afirmou que os soldados "não ameaçam ninguém" e que o país tem o "direito soberano" de mobilizar suas Forças Armadas em seu território.