Na tarde desta quinta-feira (06) o Papa Francisco foi ao Instituto Penitenciário para Menores de Casal del Marmo, na periferia de Roma para celebrar a Missa da Ceia do Senhor com o rito do Lava-Pés. “O rito do lava-pés não é folclore, mas nos diz como devemos ser”. "Todos podem escorregar, Jesus nos ama como somos". É a mensagem que o Papa Francisco deixa aos jovens na sua breve homilia durante a missa em Coena Domini (Missa do lava-pés), no Instituto Penitenciário para Menores de Casal del Marmo.
Bergoglio, em sua homilia pronunciada sem texto, recorda Jesus lavando os pés dos Apóstolos: "Os discípulos ficaram espantados quando viram Jesus fazendo trabalho de escravo. Se nós ouvíssemos isto de Jesus, iríamos imediatamente nos ajudar uns aos outros, mas em vez disso nos fazemos de espertos, aproveitando-se um do outro. É bonito ajudar, isso nasce de um "coração nobre"". Cada um de vocês pode dizer: "mas, se o Papa soubesse o que eu tenho dentro. Mas Jesus nos ama como somos, Ele não tem medo de nossas fraquezas. Ele quer nos acompanhar, nos levar pela mão. Farei o mesmo gesto de lavar os pés, mas não é folclore, é um gesto que anuncia como devemos ser".
''Na sociedade - a reflexão - há muitas injustiças: pessoas sem trabalho, pessoas que trabalham e são pagas pela metade, famílias desfeitas. Cada um de nós pode escorregar e isso nos dá a dignidade de ser pecadores. É por isso que Jesus quis lavar os pés para ajudar uns aos outros. Assim, a vida é mais bonita". E Francisco conclui: "Eu espero conseguir porque não consigo andar bem, mas vocês pensem: Jesus lavou os meus pés''.
Depois da homilia o Papa realizou o rito do lava-pés da Quinta-feira Santa. Ele lavou e beijou os pés de 12 jovens detentos que simbolizam os apóstolos. Entre eles duas jovens. O Papa, que se movia com dificuldade, realizou o rito com grandes sorrisos e cumprimentou um a um os jovens escolhidos para este rito.
Agradecimento da diretora:
No final da celebração a diretora do Instituto Penal dirigiu algumas palavras ao Santo Padre dizendo da “tarefa muito difícil de encontrar as palavras certas para poder agradecer-lhe pela imensa alegria que nos deu! Mas na realidade eu acho que não estou à altura..."
"O senhor nesta situação nos desarma – continuou ela - por causa de sua imensa doçura que nos revela e nos reconduz ao essencial, então eu pensei que teria que recorrer a palavras que minha mente me ditaria de forma refinada, mas em vez disso são simplesmente aquelas que fluem do coração que são as mais importantes que eu quero dirigir ao senhor em nome de todos nós”.