A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a denúncia do delegado da corporação, Fábio Alvarez Shor que apontou uma tentativa de intimidação após imputar múltiplos crimes ao ex-presidente do Jair Bolsonaro e também por conta de sua atuação nos processos relatados pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em depoimento sigiloso obtido pelo pela coluna de Paulo Cappelli do portal Metrópoles, Shor disse que passou a usar carro blindado por se sentir ameaçado após indiciar o ex-presidente no caso das joias sauditas. No relato feito à própria Polícia Federal, o delegado narrou que, em 13 de julho deste ano, “pessoas ainda não identificadas colocaram um boneco, em forma de macaco, na parte traseira” do veículo dele. O automóvel estava estacionado na área externa da residência de Shor, em Brasília.
Na interpretação do delegado, o tal boneco teria sido um “recado de intimidação”, no sentido de demonstrar que sabiam onde ele mora. Fábio Shor reportou o episódio à Diretoria de Inteligência da Polícia Federal.
O delegado teve seu retrato exposto por parlamentares da oposição e por militantes virtuais que condenam a forma como ele atua nos inquéritos junto a Moraes. Uma das críticas se deve ao fato de policiais federais mulheres terem revistado a filha do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, de 16 anos, com toques por cima da calça.
Shor afirma que, após a exposição, passou a ser alvo de “uma onda de ataques em massa” nas redes sociais. E que as ameaças na web se estenderiam ainda a familiares dele.