O assessor parlamentar Amaury Albuquerque Nascimento foi exonerado do gabinete do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) após ter o nome citado na Operação Overclean, da Polícia Federal (PF). Ele ocupou o cargo de secretário parlamentar entre 8 de maio de 2024 e 2 de fevereiro de 2025. Segundo Elmar, Amaury pediu desligamento para assumir outra função. Amaury é advogado e primo do parlamentar.
De acordo com as investigações, o nome de Amaury aparece em uma planilha que teria sido usada por empresários para “controle de pagamento por vantagens indevidas”. O documento, apreendido na primeira fase da operação, deflagrada em dezembro de 2024, seria uma espécie de contabilidade paralela do suposto esquema de desvio de emendas parlamentares.
Na planilha, o agora ex-assessor é identificado como “Amau Campo” — referência ao seu nome e à cidade de origem, Campo Formoso, base política da família de Elmar Nascimento.
Amaury negou qualquer relação entre sua exoneração e a operação da PF. “Até porque nunca fui intimado para prestar nenhum esclarecimento. Não tenho ciência formal de nada que me vincule a esta investigação”, afirmou, ao jornal O Estado de São Paulo.
Além de Amaury, outros dois familiares de Elmar Nascimento também são alvo da Operação Overclean. O irmão do parlamentar, Elmo Aluizio Vieira Nascimento, prefeito de Campo Formoso, e o vereador Francisco Manoel do Nascimento Neto, conhecido como Francisquinho Nascimento, também foram citados nas investigações. Ambos são do União Brasil.
Segundo a PF, mensagens encontradas nos celulares dos investigados revelam encontros entre o prefeito Elmo, um superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e um empresário vencedor de licitações no município.
Francisquinho Nascimento, que já foi secretário de Governo da cidade, ganhou notoriedade nacional após ter jogado uma sacola com R$ 220 mil pela janela durante a primeira fase da operação. Vale lembrar que, em uma das mensagens interceptadas pela PF, ele afirma que o presidente da Codevasf, Marcelo Andrade Moreira Pinto, é “nosso amigo, é indicação nossa”.
A investigação da Operação Overclean foi transferida ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento de Elmar Nascimento. O STF tem competência para conduzir inquéritos sobre autoridades com prerrogativa de foro. Uma emenda do deputado baiano para um convênio da Codevasf colocou o parlamentar na mira da PF. Os recursos foram destinados à prefeitura do irmão.