O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles considerou “esperada e óbvia” a reação do mercado financeiro nesta quinta-feira (10) às falas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas quais questionou a necessidade da atual âncora fiscal – o teto de gastos – e em que afirmou que despesas sociais, como o Programa Bolsa Família, poderiam ficar fora dessa regra de forma permanente.
“Há um aumento das incertezas, e por isso ocorre essa reação esperada e até óbvia do mercado”, afirmou Meirelles à CNN Brasil. Defensor da candidatura de Lula ainda no primeiro turno, o ex-ministro e ex-presidente do Banco Central argumentou na campanha eleitoral que o presidente eleito, em seus dois mandatos à frente do país (2003-2010), apresentou resultados positivos tanto do ponto de vista do crescimento econômico quanto das contas públicas, com aumento médio do PIB de 4% ao ano e superávit fiscal em todos os oito anos de governo.
Na primeira ida a Brasília desde que venceu as eleições, Lula afirmou em duas ocasiões – no fim da tarde de quarta-feira e na manhã de quinta – que é preciso rediscutir o que é “gasto” e o que é “investimento” para fins de regra fiscal.