Após divulgação de comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), se disse preocupado, mas defendeu que o governo precisa ter uma relação harmônica com o Banco Central (BC).
“Eu considerei o comunicado preocupante, muito preocupante, porque hoje divulgamos relatório bimestral mostrando que nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas”, disse Haddad a jornalistas na saída do ministério.
Haddad argumentou ainda que o comunicado não foi claro. “Deixa em aberto, em momento em que a economia está retraindo e que o crédito está com problema para empresas e famílias, o Copom chega a sinalizar até a possibilidade de uma subida da taxa de juros que já é hoje a mais alta do mundo”.
Além disso, aponta o titular da Fazenda, que a depender das próximas decisões, poderá ter consequências indesejáveis para a economia e para as contas públicas. “O resultado fiscal poderá ser comprometido por conta dos juros altos. Daqui a pouco veremos problemas das empresas para recolher impostos. Nossa preocupação é essa”.
Ainda assim, o ministro segue defendendo a manutenção de uma boa relação com o BC. “Eu falei em harmonia desde a primeira entrevista, e vou continuar perseverando com esse objetivo. Nunca faltei com respeito com diretor ou com presidente do Banco Central”, complementou o ministro.