A Polícia encontrou, ontem à noite, os corpos de quatro suspeitos de terem assassinado três médicos no Rio. A principal linha de investigação é de que traficantes tenham confundido os médicos com milicianos.
Daniel Proença, de 32 anos, é o único sobrevivente do ataque contra os médicos. Ele ainda se recupera no hospital dos 14 tiros que levou. Nesta sexta-feira (6), divulgou um vídeo nas redes sociais.
“Pessoal, eu estou bem, viu? Está tudo tranquilo, graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo. A gente vai sair dessa juntos, tá? Valeu pela preocupação. Obrigado”, diz o médico.
As famílias das outras vítimas passaram o dia se despedindo. Em Ipiaú, na Bahia, parentes e amigos prestaram homenagens ao médico Perseu Ribeiro de Almeida, de 33 anos. O corpo de Marcos de Andrade Corsato, de 62, está em São Paulo. O velório é neste sábado (7).
O adeus ao médico Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, está sendo em Presidente Prudente, cidade onde ele nasceu, no interior paulista. Diego é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim e cunhado do deputado federal Glauber Braga, os dois do PSOL.
“Nós, da família, vamos pedir, através dos nossos advogados, acesso aos dados do inquérito, conforme a lei nos possibilita, para que a gente possa ter acesso às informações e acompanhar de perto todas as linhas e possibilidades de investigação ”, disse Sâmia Bomfim.
Os três médicos foram executados em 25 segundos por bandidos, que desceram de um carro e dispararam pelo menos 33 tiros. O crime bárbaro foi em uma das avenidas mais importantes da Barra da Tijuca, o quiosque em frente ao hotel onde eles participariam de um congresso internacional de ortopedia.
Os suspeitos de serem os assassinos dos médicos também foram executados - 17 horas depois do crime.
No absurdo da violência do Rio de Janeiro, os chefes dos traficantes decidiram punir os bandidos porque eles cometeram um erro que estava tendo muita repercussão: mataram três inocentes e deixaram um ferido, depois de confundir um deles com um miliciano que estava jurado de morte.
Com a ajuda de informantes, investigadores encontraram os corpos de quatro homens em dois carros ainda na noite de quinta-feira (5) na Zona Oeste do Rio. Um deles seria o homem que autorizou o grupo a matar o miliciano. A Polícia Civil já monitorava a ação desse grupo criminoso e considera que a execução dos bandidos reforça a principal linha de investigação de que os médicos foram mortos por engano.