A disputa pelo Palácio do Campo das Princesas entra, hoje, em uma nova fase, ainda que simbólica: faltam 100 dias para as eleições. A proximidade do pleito, entretanto, não parece mudar o cenário da sucessão do governador Paulo Câmara (PSB).
A maioria das chapas ainda não foi completamente montada, o que dá margem para muitas especulações. São vagas para a vice e para o Senado abertas, um partido ou outro que ainda não definiu em qual palanque vai subir e tentativas de composição de candidaturas.
A deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) foi uma das últimas a lançar, oficialmente, sua pré-candidatura. Mas foi a primeira a anunciar a composição final da chapa. Primeiro, confirmou André de Paula (PSD) para a disputa pelo Senado. Depois, lançou o também deputado federal Sebastião Oliveira (Avante) para a vaga de vice. Nos dois casos, eram lideranças de partidos que integravam a Frente Popular.
Marília ainda tenta atrair para o seu palanque o PP, liderado por Eduardo da Fonte, e o PROS, comandado por Bruno Araújo. Entretanto, esse movimento, que significaria mais uma grande perda para a Frente Popular, parece ter esfriado. Ainda que ninguém confirme oficialmente, as duas siglas devem permanecer na base da candidatura socialista, após intervenção de Paulo Câmara.
O deputado federal Danilo Cabral (PSB), por enquanto, definiu apenas a indicação ao Senado, que ficou com a deputada estadual Teresa Leitão (PT). Essa definição aconteceu após longas e desgastantes negociações, já que a vaga era disputada por várias lideranças da Frente Popular. Uma delas era justamente André de Paula, que, preterido, foi para o palanque de Marília Arraes.
Embora menos concorrida, a vaga de vice ainda não foi anunciada por ter mais de um pretendente. Uma opção é indicar a atual vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), que deixaria a chapa mais feminina. Mas o deputado federal Wolney Queiroz (PDT) também é cotado.
Palanque de Bolsonaro em Pernambuco, a chapa liderada pelo ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), tem a confirmação do ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PSC) para a disputa do Senado. Em entrevista ao Diario, Anderson disse que estava “louco para arrumar uma vice mulher”. Entretanto, ele disse não ter, por enquanto, definido um nome.
VAGAS: As maiores incertezas estão nas chapas lideradas pelos ex-prefeitos de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), e Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil). Nos dois casos, só estão definidos os pré-candidatos ao governo. As vagas para vice e Senado estão abertas. Raquel tem cumprido as agendas ao lado da deputada estadual Priscila Krause (Cidadania). A proximidade sugere que ela deve fazer parte da chapa. No caso de Miguel, ele já disse que a vaga de vice seria ocupada por uma mulher, mas não citou nomes.
Há rumores nos bastidores de tentativas de uma possível composição entre as duas chapas. Inclusive, porque, nacionalmente, as duas siglas, União Brasil e PSDB, devem caminhar juntas. No caso, apoiando a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) à presidência. O problema é que Raquel e Miguel não abrem mão da cabeça de chapa. Nesse caso específico, uma possível junção teria que ter Miguel como candidato ao governo, já que ele não tem idade para concorrer ao Senado e a vaga de vice desperta menos interesse. Mas uma frase que Raquel Lyra tem repetido a respeito da possibilidade de retirar sua candidatura praticamente anula a possibilidade de união com Miguel Coelho, pelo menos no primeiro turno: “A marcha ré quebrou.”