O início do ano é tradicionalmente associado a recomeços, promessas e propósitos de renovação. Inspirado por esse espírito, o Janeiro Branco surge como uma campanha nacional que nos convida a refletir sobre a saúde mental, um tema que, apesar de essencial, ainda enfrenta tabus e preconceitos na sociedade.
A Campanha busca conscientizar a população sobre a importância de reconhecer, prevenir e tratar transtornos mentais desde cedo, além de promover a valorização do bem-estar emocional. Muitos ainda resistem a falar sobre o sofrimento psíquico, seja por desconhecimento ou pelo medo de julgamento. Esse silêncio pode atrasar o acesso a tratamentos adequados e agravar problemas que poderiam ser resolvidos ou minimizados com intervenção precoce.
Ao saber que parte significativa da população mundial terá pelo menos um episódio típico de transtorno psiquiátrico durante a vida, pode-se também diminuir a falsa ideia de que buscar apoio para este tipo de demanda é sinal de fraqueza, falha de caráter, “encenação para chamar a atenção” ou fazer chantagem emocional. Infelizmente é assim que muitos veem o sofrimento mental, sem a menor empatia.
Na verdade, estamos diante de uma crescente epidemia, e que avança mais rapidamente do que a capacidade de formar mais profissionais de saúde para ajudar tantas pessoas. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) desempenha um papel fundamental na promoção e na assistência em saúde mental. Por meio de serviços como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), ambulatórios especializados, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e grupos de apoio, o SUS oferece suporte para pessoas em sofrimento psíquico. Esses serviços são gratuitos e abrangem diferentes níveis de cuidado, desde a prevenção até o tratamento de transtornos mentais mais graves.
É crucial, no entanto, que esses serviços sejam ampliados e qualificados para atender à crescente demanda. Dados do Ministério da Saúde indicam que transtornos como ansiedade e depressão estão entre as principais causas de incapacidade no Brasil, afetando milhões de pessoas. A oferta de suporte psicológico e psiquiátrico precisa acompanhar essa realidade, garantindo que a população tenha acesso a profissionais capacitados, espaços de acolhimento e tratamentos eficazes.