Um estudo conduzido no Chile, durante o surto da variante Ômicron, com a avaliação de quase 500 mil crianças vacinadas com a Coronavac, apontou que o imunizante obteve 69% de efetividade contra internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), 64,6% na prevenção de hospitalizações e 38,2% de efetividade contra a infecção pelo novo coronavírus.
Os resultados do estudo foram publicado em formato preprint, ainda sem revisão por pares. Diferentemente dos testes de eficácia, que dizem respeito aos estudos conduzidos em ambientes controlados, como aqueles realizados durante o desenvolvimento das vacinas, os dados de efetividade refletem os resultados da vacinação na prática em grandes populações.
Na análise, os pesquisadores incluíram 516.250 crianças de três a cinco anos vinculadas ao Fundo Nacional de Saúde (Fonasa), o sistema público de saúde do Chile. Destas, 490.694 receberam a Coronavac, as demais crianças, chamado grupo controle, não receberam vacina. Para o estudo, foram excluídas crianças com teste positivo para Covid-19.
As crianças foram imunizadas com duas doses, com 28 dias de intervalo, entre 6 de dezembro e 26 de fevereiro. Segundo a pesquisa, “as estimativas fornecem evidências da eficácia da vacinação em crianças de três a cinco anos durante o surto de Ômicron no Chile”.
O grupo de pesquisa não estimou a eficácia da vacina contra óbitos porque apenas duas mortes foram observadas, sendo de crianças não vacinadas.
Avaliação da eficácia
Estudos anteriores avaliaram a eficácia da vacinação com duas doses da Coronavac em crianças de seis a 16 anos, em um período em que a variante Delta, altamente transmissível, era linhagem predominante do SARS-CoV-2 em circulação.
Naquele estudo, a efetividade estimada da vacina foi de 74,5% para a prevenção de Covid-19, 91% para a prevenção de hospitalização e 93,8% para a prevenção de internação em UTI relacionada à Covid-19. As estimativas para o subgrupo de crianças de seis a 11 anos foram de 75,8% para a prevenção contra Covid-19 e 77,9% para a prevenção de hospitalização pela doença.
Estudos recentes sugerem que as vacinas podem ser menos eficazes diante da variante Ômicron, mas mantêm a capacidade de proteção.
“Não temos dados para avaliar se crianças vacinadas e não vacinadas ou seus cuidadores diferem em algumas características não observáveis, como o cumprimento dos protocolos contra a Covid-19. Outra limitação em nosso estudo diz respeito às capacidades de vigilância genômica”, descreveu o estudo.