Brasil e Argentina têm uma forte parceria comercial há anos. Trata-se do nosso terceiro maior destino de exportações, enquanto o Brasil é o principal comprador de produtos argentinos.
Mas a crise econômica enfrentada pela Argentina há décadas tem efeitos claros tanto na balança comercial brasileira, como no fluxo de capital entre os dois países. E esse cenário é tão grave que não deve mudar no curto prazo, mesmo com as eleições presidenciais argentinas deste domingo (22).
Segundo especialistas, a troca de comando envolve programas de governo bastante diferentes entre si e ainda não está claro quais os rumos do país e as consequências econômicas do futuro presidente. Estão todos em compasso de espera.
O que está acontecendo com a economia argentina
A Argentina vive, há décadas, uma crise econômica que envolve inflação e juros exorbitantes, altos níveis de pobreza, forte desvalorização cambial e a falta de reservas.
Parte desse cenário reflete os déficits fiscais que o país acumula há mais de dez anos. Sem dinheiro suficiente para conseguir financiar suas despesas, o governo passou a imprimir dinheiro, gerando uma enorme pressão inflacionária e uma série de problemas micro e macroeconômicos.
Entre esses problemas, destaca-se a crescente desvalorização da moeda local e a criação de uma série de regimes cambiais — que, por sua vez, também resultaram em uma crise no balanço de pagamentos (quando mais dinheiro sai do que entra no país).
A Argentina ainda é um parceiro comercial importante para nós, apesar de ter perdido parte de sua relevância durante o tempo. Enquanto o país chegou a representar, em seu pico, cerca de 10% de toda a exportação brasileira no ano, esse n E neste ano não deve ser diferente: nos primeiros nove meses de 2023, as vendas do Brasil para a Argentina somam US$ 13,6 bilhões, o equivalente a 5,4% do total de exportações feitas pelo país no período.
“Ainda assim, a Argentina segue como o terceiro maior parceiro comercial do país. E quando olhamos setorialmente, a relevância é ainda maior”, acrescenta Campos Neto.
úmero fechou o ano passado em 4,6%.