Enquanto o presidente Jair Bolsonaro visitava Salgueiro, Sertão de Pernambuco, no dia de ontem (8), o Fórum Nacional de Secretarias Estaduais do Trabalho (Fonset) – presidido pelo secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes – elaborou um documento intitulado ‘Carta Aberta do Recife ao presidente da República’, criticando a falta de ações e estrutura do Ministério do Trabalho, a ausência de políticas públicas em favor dos trabalhadores brasileiros e a escassez de recursos para as Agências do Trabalho em todas as regiões do País. A reunião do fórum, que antes era apenas em Brasília, ocorreu na capital pernambucana com a presença de vários secretários estaduais e representantes da área trabalhista do Brasil.
“Solicitamos, de forma urgente, a institucionalização de direito e de fato do Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante a publicação de um instrumento legal que defina, com clareza, quais sejam as suas competências, prerrogativas e ações“, diz um dos trechos do documento que recebeu aval, inclusive, do ex-ministro do Trabalho do Governo Temer – o secretário estadual de Trabalho, Emprego e Renda do Rio Grande do Sul, Ronaldo Nogueira.
A carta foi subscrita por representantes de pastas estaduais e lideranças responsáveis pela área trabalhista de Pernambuco, do Distrito Federal, do Rio Grande do Sul, do Espírito Santos, do Amazonas, do Paraná, de São Paulo, do Rio Grande do Norte e da Paraíba.
Segundo Alberes Lopes, a gestão de Bolsonaro vem sendo marcada pelo sucateamento da área trabalhista. “Aqui nós discutimos o trabalho no Brasil como um todo, e hoje temos várias reivindicações, principalmente após o corte de mais de R$ 1 bilhão do Ministério do Trabalho. Isso mostra que, apesar da crise instalada com a pandemia, ele (Bolsonaro) não está preocupado com políticas de geração de emprego no Brasil“, frisou Alberes. Já o subsecretário do Trabalho, Emprego e Geração de Renda do Espírito Santo, Osmar Péricles Nascimento, completou: “O trabalho tem sido deixado de lado, tem sido uma área de menos importância e teremos que inaugurar um tempo novo. Não há nenhuma possibilidade de se desenvolver o País se não valorizarmos essa pauta e aqui é o palco mais privilegiado para fazermos isso. Bolsonaro desmarcou a área de trabalho do Brasil“.