Faltando menos de duas semanas para o encerramento do prazo, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, segue sem partido para disputar uma vaga ao Senado pelo estado do Amapá.
Em uma articulação intensa do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que vai disputar a reeleição, partidos governistas estão fechando as portas para a ministra.
Até mesmo o PL – que filiou o presidente Jair Bolsonaro e boa parte dos parlamentares aliados – barrou a entrada de Damares no diretório estadual. O PL do Amapá é comandado pelo deputado Vinícius Gurgel, aliado de Alcolumbre.
Damares também encontrou resistências no Republicanos e no PTB. Ainda falta tentar o PP, outra legenda governista – mas que, no Amapá, também é área de influência de Davi Alcolumbre.
A ministra Damares Alves tomou a decisão de concorrer ao Senado pelo Amapá com a intenção, justamente, de derrotar Alcolumbre na disputa pela vaga. A ideia surgiu após a demora do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para pautar a sabatina do atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça.
De olho no eleitorado evangélico, que é expressivo no Amapá, Damares decidiu concentrar sua estratégia no estado. A ideia era contar com a ajuda de lideranças religiosas incomodadas com a estratégia de Alcolumbre no caso Mendonça.
Segundo políticos do Amapá ouvidos pelo blog, Damares ainda pode resolver se filiar a legendas menores para conseguir viabilizar a candidatura sem perder os prazos definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Neste caso, no entanto, a ministra teria pouco tempo de TV na campanha.