A primeira rodada de pesquisas Datafolha para intenção de voto ao governo da Bahia, divulgada nesta quarta-feira (24) aponta vitória do candidato ACM Neto (União Brasil) em primeiro turno com 54% dos votos válidos no cenário estimulado. O candidato Jerônimo Rodrigues (PT), apoiado pelo ex-presidente e candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ficou 16%.
Ele é seguido pelo ex-ministro João Roma (PL), que dá palanque ao presidente Jair Bolsonaro no Estado, com 8%. Em seguida aparecem com 1% das intenções de voto os candidatos Giovani Damico (PCB) e Marcelo Millet (PCO). O candidato Kleber Rosa (PSOL) não pontuou. Brancos e nulos são 10%. Não sabem ou não souberam responder também são 10%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais. O nível de confiança é de 95%.
A pesquisa estimulada mostra ainda que o candidato Otto Alencar (PSD), da chapa de Rodrigues lidera as intenções de voto ao Senado, com 32%. Cacá Leão (PP), que está com ACM Neto, aparece com 10% das intenções de voto, e Raíssa Soares (PL), 7%. Cícero Araújo (PCO) tem 6%, Tâmara Azevedo (PSL) tem 4%, e Marcelo Barreto (PMN) aparece com 4%. Brancos e nulos somam 21% e 16% ainda não sabem quem quem vão votar. O nível de confiança é de 95%.
A pesquisa Datafolha foi contratada pela Empresa Metropolitana de Radiodifusão, a Rádio Metrópole, e deve ter mais duas rodadas antes das eleições. Foram ouvidos eleitores entre os dias 22 e 23 de agosto. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número BA-01548/2022.
Pesquisa à Presidência é barrada pela Justiça
O Datafolha também pesquisou a intenção de voto à Presidência no Estado, mas uma decisão judicial censurou a divulgação após pedido de impugnação pela coligação de Rodrigues.
Os resultados sobre intenção de voto à presidência e ao governo, comparados, podem indicar, por exemplo, como está a capacidade de transferência de votos de Lula a Jerônimo Rodrigues. O mesmo vale para Bolsonaro em relação a João Roma.
Ex-prefeito de Salvador, ACM Neto tem se mantido distante da polarização nacional Lula-Bolsonaro reafirmando que irá dialogar com qualquer que seja o presidente eleito. A última pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Quaest/Genial, em julho, mostrava a tendência do eleitor baiano para a escolha de ACM Neto para governo e Lula para a presidência da República.
O juiz Paulo Sérgio Barbosa de Oliveira, do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), atendeu de forma parcial um pedido da coligação de Jerônimo Rodrigues e impediu a divulgação dos resultados. A coligação "Pela Bahia, Pelo Brasil" (PT, PC do B, PV, PSB, PSD, MDB e Avante) pediu a impugnação de toda a pesquisa.
A decisão, que saiu na noite desta terça (23) permitiu a divulgação dos resultados sobre a disputa ao governo, mas censurou o que se refere à corrida presidencial no Estado. A pena pelo descumprimento é de R$ 20 mil por dia. O Datafolha já disse que irá recorrer da decisão.
O principal argumento do PT para impedir a divulgação do resultado da pesquisa é o que de que a sondagem estaria "eivada de inconsistências", que as perguntas poderiam induzir ao erro das respostas dos eleitores. Questionam, ainda, a suposta ausência do plano amostral da pesquisa com detalhamento dos dados sócio-demográficos dos eleitores.
Em nota, o PT na Bahia alegou que o pedido de impugnação foi feito "por conter as mesmas alegadas irregularidades apontadas pela campanha de ACM Neto para uma pesquisa anterior", no caso, a pesquisa realizxada pela Atlasintel/jornal A Tarde Na mesma nota, o presidente estadual do partido, Éden Valadares, disse que "o Jurídico da nossa campanha identificou na Justiça Eleitoral uma impugnação de pesquisa feita pela coligação de ACM Neto e percebeu que todas as outras pesquisas teriam a mesma suposta irregularidade".
"Veja bem, a campanha de Neto, representada pelo irmão do prefeito Bruno Reis, não se sabe o motivo, pediu para impugnar apenas uma das três pesquisas registradas. Como nosso jurídico identificou o mesmo suposto erro em todas, pedimos para representar as outras pesquisas que tivessem o mesmo vício. Afinal, a Lei tem que valer para todos e todas", afirmou.
Fonte: Estadão Conteúdo