Duas semanas após a votação do primeiro turno, que levou Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) para a segunda fase da disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, as forças políticas pernambucanas parecem completamente reconfiguradas. E essa rearrumação atingiu, sobretudo, a Frente Popular, coligação que deu sustentação aos governos do PSB por 16 anos, mas não conseguiu eleger Danilo Cabral (PSB) este ano.
Em 2018, ano da última eleição para governador, Paulo Câmara (PSB) recebeu o apoio de 13 partidos. Com o PSB fora do segundo turno em 2022, a maior parte dessas siglas decidiu marchar com Marília, como o PDT, PCdoB, Republicanos, PT, PSOL e os próprios socialistas. Vale salientar, no entanto, que a coligação já dava sinais de desestruturação há alguns meses, e algumas das legendas que compunham o coletivo apostaram em Marília desde o primeiro turno, como é o caso do PSD e do Avante.
“Estamos com Marília, estamos com o time de Lula em Pernambuco! Vamos juntos, construir um novo tempo de esperança em Pernambuco”, pontuou o deputado federal Wolney Queiroz, presidente estadual do PDT, ao firmar aliança com Marília, há cerca de uma semana.
Vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, que preside nacionalmente o PCdoB, disse que a decisão de caminhar ao lado de Marília se deu porque “essa é a posição política que fortalece a candidatura de Lula”. “O PCdoB, o Republicanos e o PDT se reuniram nesta quarta-feira (5) e decidiram pelo apoio à candidatura de Marília Arraes ao Governo de Pernambuco. A decisão se deu pela compreensão de que essa é a posição política que fortalece a candidatura de Lula em nosso Estado. Nesse momento somamos todas as forças para garantir a eleição de Lula, com um percentual ainda maior de votos, refletindo o desejo da nossa gente de voltar a viver em um país democrático, desenvolvido e com oportunidade para todo”, pontuou, nas suas redes sociais.
Apesar de ter se ligado a bem menos siglas da Frente Popular do que Marília, Raquel Lyra também agregou apoios importantes da coligação à sua campanha. Há alguns dias, as principais lideranças do MDB em Pernambuco, o senador Jarbas Vasconcelos e o deputado federal Raul Henry, declararam voto à tucana. O partido, contudo, liberou os filiados a votar em quem quisessem.